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Mercado vê aumento de ao menos 0,5 ponto no juro
Copom decidirá taxa Selic, hoje em 11,75%, na 4ª feira
DA REPORTAGEM LOCAL
O grande evento da semana
para o mercado brasileiro será
a decisão do Copom (Comitê de
Política Monetária), na quarta-feira. A expectativa do mercado
é que a taxa básica de juros do
país, que está em 11,75% anuais,
volte a ser elevada.
Para a Bolsa, juros em alta
nunca é algo animador.
Com as recentes pressões inflacionárias, o mercado subiu
sua previsão para a taxa básica
Selic em dezembro, para
13,50%. Ou seja, espera-se que
o ciclo de alta da Selic prossiga
pelos próximos meses.
A previsão predominante entre analistas e investidores é
que a taxa Selic seja aumentada
em 0,5 ponto percentual, para
12,25%. Qualquer decisão diferente dessa, para acima ou para
baixo, irá mexer com os ânimos
do mercado.
Em tese, em um cenário de
juros em alta como o atual, os
investidores ficam mais tentados a trocarem as aplicações
em ações por investimentos de
renda fixa, que acompanham as
taxas de juros.
"Na semana teremos o Copom por aqui e a determinação
da nova taxa Selic. Nossa expectativa é que a alta deva ser
de 0,50 ponto, uma vez que o
BC já sinalizou sua intenção de
continuar com um pulso firme
contra a inflação", diz Pedro
Paulo Silveira, economista-chefe da Gradual Corretora.
Nos Estados Unidos, diferentes dados econômicos vão dar o
tom dos negócios no mercado
nos próximos dias.
A semana começa com a divulgação, hoje, dos gastos dos
americanos com construção civil, além da apresentação do índice de atividade industrial medido pelo instituto ISM.
Na quarta-feira, o mesmo
ISM vai apresentar o índice que
mede o desempenho do setor
de serviços -importante sinalizador do ritmo em que anda a
maior economia do mundo.
Nesse dia, será ainda mais relevante a divulgação dos estoques de petróleo e derivados
nos EUA. Isso porque o barril
de petróleo está em nível elevado, chegou a superar a barreira
dos US$ 130 há pouco tempo.
E petróleo em nível elevado
representa maior risco de pressão inflacionária nos EUA, o
que poderia levar o Fed (Federal Reserve, o banco central
americano) a subir os juros.
A gasolina já acumula elevação de 30% nos EUA em 2008,
segundo a associação automotiva. O petróleo encerrou a sexta-feira negociado a US$ 127,35
no mercado de Nova York, com
alta mensal de 12,24%.
"Alguns indicadores americanos devem trazer volatilidade, com destaque para os ISM e
o "payroll" [folha de pagamento], indicador mais importante
da semana, que vai ser divulgado na sexta-feira", diz Júlio
Martins, diretor da Prosper
Gestão de Recursos.
Esses dados são relevantes
por trazerem indicações de como anda a enfraquecida economia norte-americana.
"De qualquer forma, acreditamos que nenhum desses indicadores deva inverter a tendência positiva da Bolsa", diz.
No mês de maio, a Bovespa se
valorizou em 6,96%. Se o Copom (que é formado pelos diretores e o presidente do Banco
Central) surpreender e subir a
taxa Selic de forma mais pesada
que o esperado, a Bolsa pode ter
uma reação negativa.
O Copom anunciará a decisão na noite de quarta-feira.
"Esperamos alta de 0,50 ponto percentual nesse Copom.
Quanto à magnitude do ajuste,
as recorrentes surpresas no
campo inflacionário e os sinais
divergentes no campo da atividade econômica doméstica
contribuem para expectativas
de um ciclo de aperto monetário mais extenso do que o inicialmente esperado", diz Maristella Ansanelli, economista-chefe do banco Fibra.
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