DA REDAÇÃO

As Bolsas norte-americanas tiveram um dia terrível no primeiro dia de negócios do segundo semestre do ano. A Nasdaq, Bolsa de empresas relacionadas à tecnologia de informação, mergulhou 4,06%, caindo ao nível mais baixo dos últimos cinco anos.
No começo de 2000, no auge da chamada "bolha" dos investimento em novas tecnologias de telecomunicações e informática, a Nasdaq chegou a ultrapassar a marca de 5.000 pontos. Ontem, o índice fechou em 1.403,83 pontos, o menor patamar registrado desde o dia 10 de junho de 1997.
As ações da WorldCom (a dona da Embratel) voltaram a ser negociadas ontem, depois de três dias de paralisação, e desabaram 93%. Na quarta-feira, a Nasdaq impediu os negócios com os papéis da empresa de telecomunicações por causa da revelação do escândalo contábil de US$ 3,8 bilhões envolvendo a dona da Embratel.
A Nasdaq anunciou que só negociará as ações da WorldCom até a próxima sexta-feira. Os papéis da tele já haviam sido retirados do índice S&P 500.
A ação da WorldCom, que atingiu um pico de US$ 64 em 1999, já não valia muita coisa (na terça-feira, era negociada a US$ 0,83). Ontem, perdeu praticamente todo o seu valor, encerrando o pregão cotada a US$ 0,06.
Os sucessivos escândalos contábeis destruíram a imagem de boa parte das grandes corporações norte-americanas e deixaram outras tantas sob suspeita. Isso, com a debilidade econômica dos EUA, corroeu a confiança dos investidores, o que trouxe os atuais dias difíceis para o mercado acionário.

Descrédito
As outras Bolsas dos Estados Unidos também tiveram perdas significativas ontem. O Dow Jones caiu 1,44% e o índice S&P 500 recuou 2,14%. Os tombos ocorreram mesmo com boas notícias sobre a economia do país, com a indústria registrando o quinto mês consecutivo de expansão.
"Há um descrédito generalizado de Wall Street e os investidores estão ignorando os números sobre a economia", disse Brian Belski, estrategista do US Bancorp Piper Jaffray.
A perda de confiança nos EUA como destino para investimentos também já se traduziu numa desvalorização do dólar neste ano de cerca de 10% em relação a uma cesta de moedas.
Na semana passada, o euro esteve muito perto de atingir a paridade com a moeda norte-americana -o que, para muitos analistas, dificilmente deixará de ocorrer nesta semana.