DA REDAÇÃO

A empresa de telecomunicações WorldCom, controladora da Embratel, ficou ainda mais perto do colapso ontem, depois de ter deixado de pagar dívidas no valor de US$ 4,25 bilhões e ser declarada em "default" (inadimplência) pelos seus credores.
A companhia, que viu suas ações perderem praticamente todo o valor restante ontem, anunciou ainda que vai ampliar as investigações sobre as irregularidades contábeis. Para os analistas, a fraude pode superar os US$ 3,85 bilhões reportados até agora.
Na noite da terça-feira da semana passada, a WorldCom, segunda maior operadora de telefonia de longa distância nos Estados Unidos e uma das maiores teles do planeta, revelou que custos no valor de US$ 3,85 bilhões foram foram lançados nos balanços como investimentos. Com o truque contábil, que ocorreu nos últimos cinco trimestres, foram camufladas perdas de US$ 1,22 bilhão no período.
A WorldCom, que era auditada pela Arthur Andersen, disse ontem que vai refazer todas as suas contas de 1999 a 2001.
"A concordata pode chegar mais cedo do que imaginávamos, em questão de semanas, senão menos", disse o analista Patrick Comack, da corretora Guzman & Co. "Os balanços deles vão parecer ainda piores [depois das novas investigações"."
Para continuar operando, a direção da companhia se esforça para conseguir uma linha de crédito de US$ 5 bilhões. A concordata, que protegeria a companhia contra a falência definitiva, tornaria maior a possibilidade de obtenção do dinheiro novo.
Ao voltarem a ser negociados ontem na Nasdaq, os papéis da WorldCom, que caíram 93%, baterem um recorde. Nunca antes, na história dos EUA, tantas ações haviam trocado de mãos no mesmo dia (1,47 bilhão).
As ações da Embratel não acompanharam o comportamento de sua controladora. Os papéis preferenciais da companhia lideraram as valorizações do dia do Ibovespa e subiram 23,4%. Embratel ON veio logo em seguida, com valorização de 14,8%.
Segundo analistas, o anúncio, feito na sexta-feira, de um plano de recompra de 3,6 bilhões de ações ordinárias e de 11,6 bilhões de ações preferenciais segurou as cotações.



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