São Paulo, quarta-feira, 02 de julho de 2008

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Eletropaulo reajusta energia elétrica de residências em 8,6%

LUCIANA OTONI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A tarifa de energia elétrica vai ficar 8,63% mais cara para os consumidores residenciais da Eletropaulo a partir de sexta-feira. Para os grandes consumidores, como indústrias, o aumento vai variar de 7,08% a 7,98%.
A distribuidora atende a região metropolitana de São Paulo (24 municípios, 5,7 milhões de unidades consumidoras).
O reajuste da tarifa foi aprovado ontem pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), que considerou entre os impactos o aumento da inflação medida pelo IGP-M (Índice Geral de Preços ao Mercado) e a ativação das usinas termelétricas, no fim de 2007, por conta da falta de chuvas.
O aumento dos preços vai pesar no orçamento porque, além de vir acompanhado de outras altas, inverte uma tendência de baixa nos custos do consumo de energia elétrica. No ano passado, a correção da tarifa da Eletropaulo foi negativa em 12,66%. Naquela ocasião, em vez do reajuste, a empresa passou por um processo de revisão tarifária, que acontece em média de quatro em quatro anos.
A inflação medida pelo IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado) foi o fator principal a pesar. Na análise do cálculo que compõe o reajuste, a Aneel considerou que a variação do IGP-M dos últimos 12 meses terminados em junho foi de 13,44%.
Nos 12 meses encerrados em junho do ano passado, o percentual havia sido de 3,89%. Por causa desse e de outros impactos, a Eletropaulo havia solicitado à agência autorização para aumentar a tarifa em 11,10%. Ao comentar o reajuste abaixo do solicitado, a vice-presidente para assuntos regulatórios da Eletropaulo, Sheilly Contente, avaliou que o percentual dado pela Aneel está dentro dos parâmetros acertados em contrato.
Sheilly Contente acrescentou que a avaliação de alguns componentes da tarifa podem ser alterados após a audiência pública que a Aneel realiza para verificar a metodologia usada no cálculo da tarifa da Eletropaulo.
O presidente da Aneel, Jerson Kelman, disse que o reajuste é menor que o percentual proposto pela concessionária, mais baixo que a inflação medida pelo IGP-M e que é uma simplificação considerar que a variação por esse indicador seja o único fator importante na correção.
Kelman também ressaltou que, se não fosse necessário manter todas as usinas térmicas funcionando entre janeiro e março deste ano, o reajuste teria sido de 6,9%. No relatório utilizado pela agência, o custo das térmicas para a Eletropaulo passou de R$ 812 mil para R$ 103 milhões.
O impacto do aumento de 8,63% no reajuste da eletricidade para o consumidor será de 0,35 ponto percentual no índice da Fipe, segundo Heron do Carmo, da FEA-USP. Sobre o IPCA, o economista estima um efeito entre 0,11 e 0,12 ponto percentual.


Colaborou MAURO ZAFALON , da Redação


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