São Paulo, quarta-feira, 02 de julho de 2008

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Vendas de carros nos EUA caem até 36%

Aumento no preço da gasolina afugenta consumidores de veículos que consomem mais combustível

DA REDAÇÃO

As vendas das principais montadoras nos EUA tiveram um dos seus piores resultados nos últimos tempos, afetadas pelo aumento do preço da gasolina e pelos investimentos dessas empresas nos últimos anos em modelos considerados pouco econômicos. O setor teve queda de 18% nas vendas em junho -a maior em seis anos.
Entre as três grandes companhias do setor, o pior resultado foi o da Ford, que teve queda de 28% nas suas vendas em junho na comparação com o mesmo mês do ano passado. A Toyota, que disputa com a GM o posto de maior montadora mundial, comercializou 21% menos que em junho de 2007. Já as vendas da GM caíram 18%, mas o resultado foi menos pior que o esperado por analistas.
As ações da GM, que tinham perdas expressivas antes do anúncio dos resultados, terminaram o dia com alta de 2,17% na Bolsa de Nova York. As de Toyota e Ford caíram 0,36% e 2,08%, respectivamente.
Como tem acontecido nos últimos meses, um dos grandes culpados pela queda nas vendas foram os SUVs (utilitários esportivos), que são considerados grandes consumidores de combustível. Com o galão da gasolina (3,785 litros) valendo cerca de US$ 4 -devido ao aumento expressivo da cotação mundial do petróleo nos últimos meses-, os consumidores americanos estão preferindo carros mais econômicos.
"Claramente, o rápido aumento nos preços da gasolina e a conseqüente preferência por veículos que consomem menos têm sido desafiadores, mas também oferecem uma oportunidade", afirmou Jim Farley, vice-presidente da Ford, que é provavelmente a mais afetada pela mudança nos desejos dos consumidores americanos.
As vendas das SUVs da empresa caíram mais da metade (54,7%) na comparação com junho de 2007. As de caminhonetes retrocederam 35,6%.
No final de junho, a empresa disse que será difícil terminar o ano que vem sem perdas -contrariando a sua previsão feita cerca de um mês antes. Ela informou ainda que o resultado deste ano será pior que o do ano passado, quando perdeu mais de US$ 2 bilhões.
Sobre as previsões para este semestre, Farley afirmou que a economia americana começa o período "com uma notável ausência de "momentum" e um alto grau de incerteza".
Das grandes montadoras, a Honda foi a única que teve resultado positivo: suas vendas subiram 1%. A Chrysler, apesar da sua campanha de subsídio no preço da gasolina para os compradores de seus carros, teve recuo de 36% nas vendas. A empresa promete gasolina a US$ 2,99 o galão para quem adquirir alguns dos seus modelos e promete continuar com a campanha. Já as vendas da Nissan retrocederam 18%.


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