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Venda de veículos é recorde no semestre
Sob efeito do IPI reduzido, emplacamentos crescem 3% e chegam a 1,44 milhão; resultado de junho também é histórico
Vendas foram de 300 mil unidades no mês passado;
resultado também é atribuído a juros menores e à melhora do cenário econômico
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Com a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e a retomada do
crédito, o setor automotivo registrou recordes de venda em
junho e no semestre.
De acordo com dados obtidos
pela Folha, o mercado absorveu, no mês passado, 300.203
veículos -entre automóveis,
comerciais leves, caminhões e
ônibus-, alta de 17,3% em relação a junho de 2008 e de 21,5%
ante maio.
A incerteza sobre a prorrogação do IPI menor -que veio a
ser anunciada na última segunda- não foi desta vez o principal vetor do crescimento das
vendas, avalia David Wong, especialista do setor automotivo
da consultoria Kaiser Associates. Para ele, o juro mais atrativo nos financiamentos e a melhora no cenário econômico
impulsionaram o mercado.
Nos primeiros seis meses do
ano, foi emplacado 1,44 milhão
de veículos, acréscimo de 3%
em relação ao mesmo período
de 2008. Foi o melhor semestre da história.
"Não deve haver uma desaceleração expressiva nos próximos meses. Ainda há o efeito
da propaganda das linhas 2010.
Isso ainda vai sustentar o mercado até setembro", diz Wong.
Segundo o presidente da
Anef (associação dos bancos de
montadoras), Luiz Montenegro, a redução dos compulsórios bancários para estimular a
oferta de crédito permitiu uma
atuação maior dos bancos e das
financeiras de montadoras no
setor. "Se as condições de crédito não estivessem melhorado
como melhoraram, não adiantaria apenas reduzir o IPI."
Em maio, o prazo médio para
os financiamentos de veículos
foi de 40 meses, segundo Montenegro. E já há no mercado
ofertas de prestações em até 80
meses. Já a taxa média de juros
praticada em maio foi de 2,15%,
ante 2,25% no mesmo mês do
ano passado, o que indica que
as condições de mercado estão
próximas daquelas oferecidas
no período anterior à crise global.
Além da redução do IPI,
anunciada em dezembro passado e prorrogada há três dias
pela segunda vez, o Banco do
Brasil anunciou no final de
2008 uma injeção de crédito de
R$ 4 bilhões para as financeiras
das montadoras. Desse montante, já foram liberados R$ 3,5
bilhões, de acordo com a assessoria do BB.
"É difícil separar o efeito do
IPI reduzido do efeito da retomada do crédito. As duas razões são importantes, mas a
tendência é que o IPI se torne
menos eficaz com o passar do
tempo, pois a medida serve
mais para que os consumidores
que estavam querendo comprar efetuem a compra agora",
disse Alexandre Andrade, economista da Tendências Consultoria.
General Motors
O presidente da GM do Brasil
e Mercosul, Jaime Ardila, prevê
que a indústria automotiva feche o ano com o mesmo nível
de vendas de 2008.
"Estamos em um patamar
ótimo para a indústria", disse.
No país, o resultado da GM
contrasta com o dos Estados
Unidos. Enquanto as vendas da
montadora caíram 34% naquele país em junho ante o mesmo
mês de 2008, no Brasil houve
alta de 12,5%.
"Brasil e China são os mercados da GM que crescem agora.
Isso é muito importante em um
momento mais crítico vivido
pela matriz."
Segundo Jaime Ardila, não
houve no Brasil reflexo da crise
vivida pela empresa nos EUA.
"A Chevrolet é uma marca forte
e temos a confiança dos consumidores", afirmou.
(PAULO DE ARAUJO E VERENA FORNETTI)
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