São Paulo, Sexta-feira, 02 de Julho de 1999
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Metalúrgicos acampam em frente do BNDES

SERGIO TORRES
da Sucursal do Rio

A ajuda governamental à instalação da Ford na Bahia levou 350 funcionários de duas empresas paulistas em dificuldades financeiras a acampar em frente ao BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), no centro do Rio.
Os empregados das metalúrgicas Nardini S/A e Filtros Logan reivindicam do BNDES um empréstimo de R$ 9 milhões às empresas, que, segundo o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, estão em situação pré-falimentar.
"Se o governo empresta dinheiro para os banqueiros saírem do buraco e empresta R$ 700 milhões para a Ford, que é uma multinacional, tem a obrigação de ajudar outras empresas que estão em dificuldades e que geram empregos."
O acampamento começou a ser montado na noite de anteontem. Os manifestantes vieram de São Paulo com cerca de 300 colchões, barracas e comida.
Até dois tornos computadorizados foram instalados na frente do BNDES. Hoje, está prevista uma "sardinhada" no local.
Os funcionários acampados dizem estar dispostos a ficar na porta do BNDES até a liberação de uma ajuda às empresas.
Ontem de manhã, Pereira da Silva e outros dirigentes sindicais estiveram reunidos com o vice-presidente do BNDES, José Mauro Carneiro da Cunha.
O BNDES marcou uma nova reunião para hoje de manhã. Os manifestantes prometem desmontar o acampamento caso a possibilidade de ajuda se efetive.
A Nardini fica em Americana (cidade a 133 km de SP). Ela emprega 700 metalúrgicos, que fabricam 130 tornos computadorizados por mês. Segundo a Força Sindical, 70% da produção é exportada.
Especializada em filtros industriais, a Logan funciona em São Paulo e tem 300 funcionários.


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