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MERCADO FINANCEIRO
Vencimento de dívida faz dólar subir 1,2%
da Reportagem Local
O dólar comercial voltou a ser
pressionado ontem por vencimento de dívidas.
A moeda apresentou alta de
1,2% em relação a anteontem, fechando cotada a R$ 1,775. A variação é a maior desde 1º de junho.
Ontem venceram US$ 260 milhões em eurobonds (dívidas de
empresas brasileiras no exterior).
Hoje vencem mais US$ 500 milhões.
Na segunda-feira, termina o prazo para liquidar R$ 1,54 bilhão em
títulos do governo reajustados pela variação cambial e juros prefixados.
Os vencimentos provocam dois
movimentos no mercado. Com os
eurobonds, os bancos e corretoras
de exportação precisam comprar
dólares para honrar os compromissos no exterior. A procura alta
faz subir a cotação da moeda.
Já os títulos do governo funcionam como uma proteção. Ao
comprar os papéis, os investidores
sabem que não vão perder dinheiro, caso aconteça uma desvalorização do real.
Com o vencimento dos títulos,
acaba a proteção. Ela passa a ser
procurada, então, na própria
moeda (os investidores saem
comprando e remetendo para o
exterior) ou em contratos futuros
de dólar (realizados pela BM&F).
Para evitar que a pressão continue, o governo anunciou que vai
colocar mais R$ 2,5 bilhões em leilão de títulos hoje. O lote será de
NBC-Es (Notas do Banco Central,
série Especial).
O anúncio só foi feito quando os
negócios já tinham sido fechados.
Como o lote é superior ao total de
vencimentos, é provável que o dólar recue.
Em julho, o vencimento de dívidas já é 19,93% menor do que em
junho -o que tira um pouco da
pressão no câmbio.
Já a Bolsa de Valores de São Paulo seguiu o caminho de Nova York
e registrou alta de 0,69%.
Segundo operadores, a alta de
apenas 0,25 ponto percentual nos
juros norte-americanos e, principalmente, a certeza de que eles
não serão alterados novamente
trouxeram tranquilidade aos investidores.
Um foco de atenção ontem foi o
comportamento de outros mercados latino-americanos.
A situação política da Venezuela, com a ameaça de fechamento
do Congresso, causou preocupação, segundo operadores.
(MARCELO DIEGO)
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