São Paulo, Sexta-feira, 02 de Julho de 1999
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MERCADO FINANCEIRO

Vencimento de dívida faz dólar subir 1,2%

da Reportagem Local

O dólar comercial voltou a ser pressionado ontem por vencimento de dívidas.
A moeda apresentou alta de 1,2% em relação a anteontem, fechando cotada a R$ 1,775. A variação é a maior desde 1º de junho.
Ontem venceram US$ 260 milhões em eurobonds (dívidas de empresas brasileiras no exterior). Hoje vencem mais US$ 500 milhões.
Na segunda-feira, termina o prazo para liquidar R$ 1,54 bilhão em títulos do governo reajustados pela variação cambial e juros prefixados.
Os vencimentos provocam dois movimentos no mercado. Com os eurobonds, os bancos e corretoras de exportação precisam comprar dólares para honrar os compromissos no exterior. A procura alta faz subir a cotação da moeda.
Já os títulos do governo funcionam como uma proteção. Ao comprar os papéis, os investidores sabem que não vão perder dinheiro, caso aconteça uma desvalorização do real.
Com o vencimento dos títulos, acaba a proteção. Ela passa a ser procurada, então, na própria moeda (os investidores saem comprando e remetendo para o exterior) ou em contratos futuros de dólar (realizados pela BM&F).
Para evitar que a pressão continue, o governo anunciou que vai colocar mais R$ 2,5 bilhões em leilão de títulos hoje. O lote será de NBC-Es (Notas do Banco Central, série Especial).
O anúncio só foi feito quando os negócios já tinham sido fechados. Como o lote é superior ao total de vencimentos, é provável que o dólar recue.
Em julho, o vencimento de dívidas já é 19,93% menor do que em junho -o que tira um pouco da pressão no câmbio.
Já a Bolsa de Valores de São Paulo seguiu o caminho de Nova York e registrou alta de 0,69%.
Segundo operadores, a alta de apenas 0,25 ponto percentual nos juros norte-americanos e, principalmente, a certeza de que eles não serão alterados novamente trouxeram tranquilidade aos investidores.
Um foco de atenção ontem foi o comportamento de outros mercados latino-americanos.
A situação política da Venezuela, com a ameaça de fechamento do Congresso, causou preocupação, segundo operadores.
(MARCELO DIEGO)


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