São Paulo, quinta-feira, 02 de agosto de 2001

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De olho no vizinho, dólar dispara a R$ 2,50

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os investidores iniciaram os negócios no mercado de câmbio pessimistas, à espera da confirmação de queda na arrecadação do governo argentino. Vendido em alta em todos os negócios do dia, o dólar voltou a fechar acima de R$ 2,50, patamar que não alcançava há duas semanas.
O mercado rapidamente foi contaminado pelo crescente mau humor. O temor de que a Argentina não consiga suportar a crise por muito tempo e entre em "default" (calote) fez empresas e instituições financeiras aumentarem a procura por "hedge" (proteção contra oscilações da moeda).
Com isso, o dólar bateu no início da tarde em R$ 2,514 (alta de 1,8%), mas recuou um pouco para encerrar o dia em 2,502, com valorização de 1,3%. Somente nesta semana, a moeda norte-americana acumula alta de 2%.
Nem a informação de que a Argentina conseguiu trocar Letras do Tesouro (Letes) com bancos não aliviou o mercado.
O Banco Central marcou presença no mercado de câmbio, mantendo sua programação de intervenções lineares por meio da venda de aproximadamente US$ 50 milhões.
"O mercado vai continuar trabalhando tendo como principal foco a Argentina", diz a economista do Santander Camila Lima.
Os papéis da dívida brasileira, os C-Bonds, recuperaram parte das perdas no fim do dia, mas fecharam em queda de 0,2%, vendidos a US$ 0,7063. No ano, a baixa dos C-Bonds é de 8,7%.
Já a Bovespa continuou parada, mesmo com o dia negativo. Com queda de 0,08%, o pregão girou R$ 570 milhões.
"A Bolsa não tem despencado devido à ausência de compradores e vendedores. Não têm entrado recursos novos há algum tempo", afirma Michel Campanella, da corretora Socopa.


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