São Paulo, quinta-feira, 02 de agosto de 2001

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A ÁGUIA POUSOU

Setor manufatureiro atravessa o pior momento desde a última recessão no país, no início dos anos 90

Produção cai pelo 12º mês seguido nos EUA

DA REDAÇÃO

A produção industrial nos Estados Unidos caiu pelo 12º mês consecutivo em julho e indica que o país pode entrar em recessão nos próximos meses, revelou ontem a Associação Nacional de Indústrias Manufatureiras (NAPM, na sigla em inglês). A queda na produtividade é o pior resultado para as indústrias americanas desde o último período de recessão no país, há uma década.
O índice de produtividade das empresas manufatureiras caiu de 44,7 pontos em junho para 43,6 pontos em julho. Leituras abaixo de 50 pontos indicam contração no setor, que representa mais de um sexto da economia americana. O resultado alarmou analistas que previam que o índice ficaria em 44,5 pontos em julho. "Acredito que os problemas que estamos enfrentando são muito piores do que qualquer um imaginava", disse Norbert Ore, executivo responsável pelo setor de pesquisa da NAPM. Segundo ele, o país está próximo de uma recessão e isso prejudica ainda mais o setor. "Provavelmente estaremos à beira de entrar em recessão nos dois próximos meses", disse ele. "E é óbvio que a produção está atolada por causa desse cenário." Mesmo assim, a leitura de julho ficou acima do resultado de janeiro deste ano, quando foi registrado o nível de produção mais baixo dos últimos dez anos, de 41,2 pontos.
O levantamento da NAPM mostrou que as novas encomendas ao setor caíram novamente em julho. O índice de novas ordens caiu de 48,6 pontos em junho para 46,3 pontos de julho, anunciados ontem.
Com a queda na demanda por produtos manufaturados, as indústrias americanas deixaram de produzir e passaram a utilizar parte de seus estoques. Segundo o levantamento da NAPM, o nível dos estoques das indústrias americanas caiu de 40,8 pontos em junho para 35,8 pontos em julho.
"Uma grande redução nos estoques é um bom sinal se estamos à procura de um pouco de esperança", disse Sherry Burns, economista-chefe do BMO Nestbitt Burns. "Podemos estar no estágio em que a produção pode voltar a crescer. Mas, se a demanda não aumentar, a diminuição nos estoques terá pouco impacto [no setor"", completou.
O índice sobre o emprego no setor manufatureiro subiu um pouco no mês passado. Ele passou de 36,3 pontos em junho para 37,2 pontos em julho. Mesmo assim, o índice ainda está muito abaixo da marca de 47,5 pontos, que indica a criação de novos postos de trabalho nas indústrias.


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