São Paulo, sexta-feira, 02 de agosto de 2002

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VAREJO

Desembargador aceita liminar contra falência, mas rede ainda corre risco

Lojas Arapuã devem reabrir hoje

DA REPORTAGEM LOCAL

As lojas Arapuã devem reabrir as portas hoje. O desembargador Silvio Marques, do Tribunal de Justiça de São Paulo, aceitou o pedido de liminar contra a falência da rede varejista.
Ou seja, as lojas podem operar. Isso não quer dizer que a empresa está livre da possibilidade de ter de fechar as portas de forma definitiva. Ainda será julgado um recurso dos advogados -contra a decisão da Justiça- que aponta a Arapuã como uma rede falida.
A decretação da falência da cadeia foi anunciada na tarde de quarta-feira. O juiz Rodrigo Colombini determinou o fechamento das lojas porque a companhia, que era concordatária e tinha um prazo de dois anos para colocar as contas em ordem, não conseguiu pagar seus credores.
Ontem, em determinação que limitou-se a uma página, o relator Silvio Marques diz que não faria sentido manter os pontos fechados. "Seria até leviandade de minha parte negar o efeito suspensivo permitindo o fechamento de centenas de lojas e a dispensa de milhares de empregados sem antes examinar todos os aspectos de um volumoso processo", informa. A rede tem 109 pontos e 2.000 empregados.
Não está afastada a possibilidade de que a empresa ainda venha a falir, já que o julgamento final não ocorreu. A empresa tinha dois anos (de 98 a 2000), para pagar suas dívidas de R$ 1 bilhão. A maior parte não foi paga.
A próxima etapa dessa disputa na Justiça envolverá a empresa Evadin. Ela foi determinada, no processo de decretação de falência assinado por Colombini, o síndico da massa falida, (que deve administrar o processo de falência). Mas os advogados da rede são contra a decisão. A Arapuã deve R$ 120 milhões à Evadin e nada foi pago.
Funcionários das lojas Arapuã fizeram ontem um ato em frente à praça João Mendes, na região central em São Paulo, em protesto o fim da cadeia. O vice-presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, Ricardo Patah, afirmou que a Evadin tem um passivo trabalhista com seus empregados referente à reposição salarial de 22% relativa ao Plano Collor -a ação foi ganha no TST (Tribunal Superior do Trabalho).
O sindicato deve executá-la em breve. "Já na Arapuã os salários estão em dia, e não há nenhuma dívida trabalhista", disse Patah.
(ADRIANA MATTOS)


Colaborou Cláudia Rolli,
da Reportagem Local


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