São Paulo, sexta-feira, 02 de agosto de 2002

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O VAIVÉM DAS COMMODITIES

No ritmo do dólar
Após ter atingido R$ 40 por saca no porto de Paranaguá (PR) na quarta-feira, a soja recuou ontem para R$ 38. O recuo se deve à queda de 9,22% ontem na moeda norte-americana. Mesmo com a queda do dólar, os sojicultores ainda acumulam grandes lucros neste ano.

Acima do câmbio
Os produtores recebem atualmente R$ 32 por saca, 36% a mais do que no início de agosto do ano passado. No mesmo período o aumento do dólar foi de 26%, segundo José Pitoli, de Cornélio Procópio (PR). A soja subiu mais do que o dólar devido à alta dos preços na Bolsa de Chicago no período.

Não é só dólar
A alta da soja não é sustentada apenas pelo dólar, na avaliação de Seneri Paludo, analista de mercado da Agência Rural, de Curitiba. A demanda mundial de óleo de soja é forte e deve continuar neste final de ano devido à queda na produção de outros óleos vegetais, diz ele.

Porto seguro
A comercialização da soja que ainda está nas mãos de produtores, cooperativas, cerealistas e indústrias deverá ser mais lenta. Pitoli diz que, diante das incertezas da economia, os agricultores preferem segurar o produto do que fazer aplicações financeiras nos bancos.

Queda nos EUA
O mercado norte-americano de soja continua incerto. Algumas previsões indicam queda de até 5 milhões de toneladas na produção deste ano. Ou seja, a safra recuaria para 73 milhões de toneladas.

Preços em alta
Os produtores agrícolas paulistas receberam 3,23% a mais pelo preço dos produtos agrícolas em julho. Nos últimos três meses houve alta de 8,6% nos produtos agrícolas no Estado de São Paulo, conforme pesquisa de preços do Instituto de Economia Agrícola.

No ano
Devido à queda acumulada de 7,2% nos quatro primeiros meses, os preços atuais dos produtos agrícolas superam em apenas 1% os de dezembro. Nos últimos 12 meses a alta foi de 7,21%, segundo Nelson Batista Martin, coordenador da pesquisa.

O que sobe
Os principais destaques de julho no setor de grãos foram soja (14%) e milho (11%). No acumulado de 2002, os destaques são leite (50%), feijão (50%) e milho (30%). Nos últimos 12 meses, amendoim (73%) e milho (54%) têm as maiores altas, enquanto o café teve a maior queda (16%).

Bom para as indústrias
O mercado externo está mais propício para as exportações de derivados de soja neste ano do que em 2001. As receitas com as vendas externas de óleo de soja em julho superaram em 149% as do mesmo mês de 2001. As de farelo cresceram 52%, segundo dados divulgados ontem pela Secex.

Recuperação
As receitas com as exportações de café em grão também cresceram no mês passado, superando em 18% as de 2001. Já as com suco de laranja ficaram 11% abaixo das do ano passado.

E-mail: mzafalon@folhasp.com.br



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