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IMAGEM
Companhias dividem recursos entre projetos sociais, ambientais, esportivos e culturais, segundo pesquisa de consultoria
Patrocínio leva 19% da verba de marketing de empresas
BRUNO LIMA
DA REPORTAGEM LOCAL
A fatia dos investimentos das
grandes empresas brasileiras em
ações sociais, culturais, ambientais e esportivas é de 19% da verba
que essas companhias destinam
ao marketing e à comunicação. O
dado é de pesquisa que será divulgada hoje no seminário Com:Atitude 2005, que discute o patrocínio empresarial no país.
O estudo revela que as empresas
preferem atirar, ao mesmo tempo, em várias direções em vez de
concentrar os esforços, por exemplo, no patrocínio esportivo, que é
o que tem mais apelo entre as
classes populares quando a meta é
aumentar a visibilidade da marca.
Apenas 9% das companhias investem em apenas uma das quatro áreas (social, cultural, ambiental e esportiva) -41% dividem os
recursos em três áreas; 30%, nas
quatro, e 20%, em duas.
Segundo Yacoff Sarkovas, presidente da consultoria Articultura,
responsável pela pesquisa, entre
os grandes anunciantes brasileiros, o investimento em patrocínios -que ele chama de "comunicação de atitude"- foi de
R$ 3,2 bilhões em 2004.
"Patrocínio em si não é responsabilidade social, mas serve para
demonstrá-la. Responsabilidade
social é a ética que a empresa adota em seu conjunto de relações
com funcionários, fornecedores,
consumidores, governo e ambiente. Mas a mulher de César
não tem só de ser honesta, tem de
parecer honesta", diz o consultor.
"Há duas décadas, a estratégia das
empresas era falar de si mesmas.
Isso não é mais eficaz, a resistência [do público] é grande. O patrocínio faz os outros falarem
bem da empresa, para que ela
mesma não tenha de fazer isso."
Tudo pelo social
A área social é a que mais freqüentemente recebe investimentos e só não foi alvo de patrocínios
em 9% das grandes empresas. Em
contrapartida, 31% nunca experimentaram investir em ações ligadas ao esporte, e 24% jamais promoveram ações ambientais.
O número médio de projetos
apoiados por cada grande empresa brasileira é de 31 por ano. Mais
uma vez vencem as iniciativas sociais, que representam 13 desses
projetos anuais. Os culturais são,
em média, dez, e os ambientais e
esportivos, quatro cada.
A pesquisa não detalha os valores investidos em cada uma das
áreas de patrocínio, não sendo
possível dizer qual é a campeã em
investimentos. Os especialistas
explicam, no entanto, que os recursos necessários para um único
patrocínio esportivo, como o patrocínio de um time de futebol,
por exemplo, podem ser suficientes para manter mais de uma dezena de projetos de cunho social.
A pesquisa mostra ainda que a
forma de patrocínio que mais
cresce é a ambiental -60% das
empresas que mantêm ações nesse campo aumentaram seus investimentos na comparação entre
as verbas de 2004 e 2005. No total,
52% das empresas aumentaram
os recursos que destinam aos patrocínios nas quatro áreas e 38%
mantiveram os valores de 2004.
Foram entrevistadas 80 empresas brasileiras escolhidas entre as
500 maiores corporações não-financeiras, as cem maiores companhias no setor financeiro e os
300 maiores anunciantes.
Dados de estudo de 2004 indicavam que, entre as companhias
que mantinham ações de patrocínio, 92% investiam na área social,
77% na cultural, 74% na ambiental e 51% na esportiva.
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