São Paulo, sábado, 02 de agosto de 2008

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Desemprego nos EUA é o maior em quatro anos

Taxa chega a 5,7% em julho; neste ano já foram eliminados 463 mil postos

Corte na área privada foi de 76 mil vagas e afetou setores como o da construção, que já eliminou quase 500 mil postos de trabalho em 1 ano


DA REDAÇÃO

A taxa de desemprego nos EUA chegou em julho a seu maior nível em quatro anos, com o mercado cortando vagas pelo sétimo mês consecutivo. A redução foi menor que a esperada por analistas, mas é mais um sinal de que a economia norte-americana pode entrar em recessão neste semestre.
O índice de desemprego subiu para 5,7% no mês passado, 0,2 ponto percentual acima do registrado em junho, e está no maior nível desde março de 2004. Em julho do ano passado, ele estava em 4,7%. Desde abril, a taxa já subiu 0,7 ponto percentual, o maior aumento em sete anos, último período em que a economia dos Estados Unidos entrou em recessão.
No mês passado, foram eliminados 51 mil postos de trabalho, número idêntico ao de junho e inferior à estimativa de analistas, que apostavam em redução de mais de 75 mil vagas. Apenas nos sete primeiros meses deste ano, 463 mil postos de trabalho foram cortados.
Os Estados Unidos precisam gerar cerca de 100 mil postos por mês apenas para atender à população que entra no mercado de trabalho.
"A boa notícia é que não houve aceleração nos dados oficiais", afirmou Robert Barbera, da empresa de pesquisa econômica ITG. "A má é que não tem nada nos dados que sinalize melhora no curto prazo."
Como tem acontecido nos últimos meses, as contratações no setor público impediram que o resultado fosse ainda pior. O corte na área privada foi de 76 mil vagas e afetou diversos setores, especialmente indústria (redução de 35 mil vagas) e construção (eliminação de 22 mil postos). Este já perdeu quase 500 mil postos desde julho do ano passado.
Um dos raros setores com dados positivos foi o de serviços de educação e saúde, que acrescentou 39 mil vagas no mês passado e mais de 500 mil desde julho de 2007.
Os problemas no mercado de trabalho têm feito alguns economistas discutir se os EUA já não estão em recessão, apesar de o país ter crescido 1,9% no segundo trimestre -a explicação mais comum para recessão são dois trimestres consecutivos de contração.
"Para os trabalhadores, é recessão", afirmou John Lonski, economista-chefe da Moody's Investor Service. "E realmente o que importa no final das contas é que o está acontecendo nas folhas de pagamento e na taxa de desemprego, e ambas se dirigem à recessão no mercado de trabalho."
O setor financeiro é outro que vem sendo fortemente atingido pela crise. Ontem, o banco First Priority Bank of Bradenton, da Flórida, sofreu intervenção do FDIC, o órgão garantidor de contas bancárias. Foi a oitava instituição a sofrer intervenção neste ano.


Com o "New York Times"


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