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TRABALHO
Estudo da organização mostra que brasileiros têm carga horária inferior à dos empregados de outros países da região
OIT diz que Brasil tem menor jornada da AL
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os brasileiros são os trabalhadores da América Latina com a
menor jornada de trabalho anual,
segundo avaliação feita pela OIT
(Organização Internacional do
Trabalho) em um grupo de países
da região. A carga horária de trabalho no Brasil também é menor
que a registrada nos Estados Unidos e no Japão.
Enquanto o brasileiros trabalharam em média 1.689 horas em
1999, japoneses e norte-americanos cumpriram jornada de 1.810 e
1.847 horas, respectivamente. Na
América Latina, os mexicanos foram os que mais trabalharam:
1.923 horas. Os chilenos vêm em
segundo lugar, com 1.902 horas.
Os dados fazem parte do estudo
"Indicadores chaves do mercado
de trabalho", divulgado ontem
pela OIT. O documento mostra as
tendências mundiais e regionais
do mercado de trabalho, apresentando indicadores de desemprego, jornada de trabalho e produtividade, entre outros.
Para chegar à jornada de trabalho de cada país, a OIT calcula a
média de horas por trabalhador
registrado no ano. A Constituição
brasileira estabelece 44 horas como jornada semanal de trabalho.
Pelas contas da OIT, em 1999 o
brasileiro trabalhou em média 35
horas por semana. Isso pode
acontecer porque muitas categorias firmaram em contrato coletivo jornada de trabalho menor que
a prevista na Constituição. Além
disso, algumas categorias têm jornada de trabalho inferior às 44
horas semanais.
Segundo a organização, embora
a produtividade mundial tenha
aumentado nos últimos anos, as
horas trabalhadas no mundo industrializado estão diminuindo
em quase todos os países nas últimas décadas. São citados como
exemplo os EUA, a França, a Alemanha e o Japão.
O governo brasileiro incluiu no
PPA (Plano Plurianual) a proposta de reduzir a jornada de trabalho para gerar 2 milhões de empregos em quatro anos. O assunto
será discutido no Fórum Nacional
do Trabalho, criado para tratar da
reforma sindical e trabalhista.
Produtividade
Além de trabalhar menos, segundo a OIT, os brasileiros também têm produtividade menor.
Em 2001, cada brasileiro empregado produziu, em média, US$
14.297. No mesmo ano, a produtividade do norte-americano foi de
US$ 59.081, e a do japonês, de US$
41.420. Na América Latina, o Chile saiu na frente, com US$ 28.406.
A produtividade, porém, cresceu na década de 90. Em 1990, o
índice de produtividade no Brasil
era de 89,4. Em 2001, subiu para
96,4. Nos Estados Unidos, o crescimento foi de 114,6 para 138,7 no
mesmo período. No Chile, o índice subiu de 98,9 para 148,1.
O secretário-adjunto de Relações do Trabalho, Marco Antonio
de Oliveira, disse que o aumento
da produtividade não depende só
do trabalhador ou da jornada de
trabalho. "Para que haja aumento, os empresários devem investir
mais em tecnologia e em melhores condições de trabalho."
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