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São Paulo, terça-feira, 02 de setembro de 2003

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TRABALHO

Estudo da organização mostra que brasileiros têm carga horária inferior à dos empregados de outros países da região

OIT diz que Brasil tem menor jornada da AL

JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os brasileiros são os trabalhadores da América Latina com a menor jornada de trabalho anual, segundo avaliação feita pela OIT (Organização Internacional do Trabalho) em um grupo de países da região. A carga horária de trabalho no Brasil também é menor que a registrada nos Estados Unidos e no Japão.
Enquanto o brasileiros trabalharam em média 1.689 horas em 1999, japoneses e norte-americanos cumpriram jornada de 1.810 e 1.847 horas, respectivamente. Na América Latina, os mexicanos foram os que mais trabalharam: 1.923 horas. Os chilenos vêm em segundo lugar, com 1.902 horas.
Os dados fazem parte do estudo "Indicadores chaves do mercado de trabalho", divulgado ontem pela OIT. O documento mostra as tendências mundiais e regionais do mercado de trabalho, apresentando indicadores de desemprego, jornada de trabalho e produtividade, entre outros.
Para chegar à jornada de trabalho de cada país, a OIT calcula a média de horas por trabalhador registrado no ano. A Constituição brasileira estabelece 44 horas como jornada semanal de trabalho.
Pelas contas da OIT, em 1999 o brasileiro trabalhou em média 35 horas por semana. Isso pode acontecer porque muitas categorias firmaram em contrato coletivo jornada de trabalho menor que a prevista na Constituição. Além disso, algumas categorias têm jornada de trabalho inferior às 44 horas semanais.
Segundo a organização, embora a produtividade mundial tenha aumentado nos últimos anos, as horas trabalhadas no mundo industrializado estão diminuindo em quase todos os países nas últimas décadas. São citados como exemplo os EUA, a França, a Alemanha e o Japão.
O governo brasileiro incluiu no PPA (Plano Plurianual) a proposta de reduzir a jornada de trabalho para gerar 2 milhões de empregos em quatro anos. O assunto será discutido no Fórum Nacional do Trabalho, criado para tratar da reforma sindical e trabalhista.

Produtividade
Além de trabalhar menos, segundo a OIT, os brasileiros também têm produtividade menor. Em 2001, cada brasileiro empregado produziu, em média, US$ 14.297. No mesmo ano, a produtividade do norte-americano foi de US$ 59.081, e a do japonês, de US$ 41.420. Na América Latina, o Chile saiu na frente, com US$ 28.406.
A produtividade, porém, cresceu na década de 90. Em 1990, o índice de produtividade no Brasil era de 89,4. Em 2001, subiu para 96,4. Nos Estados Unidos, o crescimento foi de 114,6 para 138,7 no mesmo período. No Chile, o índice subiu de 98,9 para 148,1.
O secretário-adjunto de Relações do Trabalho, Marco Antonio de Oliveira, disse que o aumento da produtividade não depende só do trabalhador ou da jornada de trabalho. "Para que haja aumento, os empresários devem investir mais em tecnologia e em melhores condições de trabalho."


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