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EUA barram pedido do Brasil à OMC sobre algodão
País solicitou que órgão verifique se decisão sobre subsídio foi cumprida
Questão pode ser reapresentada pelo Brasil e examinada pelo órgão em reunião que acontece
no final de setembro
VINICIUS ALBUQUERQUE
DA FOLHA ONLINE
Os EUA bloquearam ontem
um pedido do Brasil à OMC
(Organização Mundial do Comércio) para que seja investigada a observância, por parte
do governo americano, da decisão do painel da organização
que condenou os subsídios ilegais concedidos aos produtores
de algodão do país.
O governo brasileiro considera que a extinção do "Step 2"
(programa do governo dos EUA
para compra do algodão a preços mais altos que os de mercado) e de outros auxílios "não
são suficientes" e que os programas de subsídios "continuam em plena operação".
"Dados os passos significativos -e, francamente, difíceis-
que os EUA deram para implementar as recomendações e as
regras [da OMC], é particularmente desapontador que o Brasil alegue no pedido de painel a
"inexistência de medidas para
cooperação'", disse o governo
americano. "Os fatos também
não dão apoio à alegação do
Brasil [...] Desse modo, os EUA
consideram que o pedido do
Brasil para um painel é desnecessário e sem fundamento."
A próxima reunião do OSC
(Órgão de Solução de Controvérsias) da OMC está programada para o fim deste mês.
No dia 1º de agosto, entrou
em vigor a lei, aprovada em fevereiro deste ano pelo Congresso dos EUA, que aboliu o
"Step 2". Em 2005, a OMC considerou o subsídio ilegal.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, o pedido para a abertura do painel continua na agenda e deve ser discutido ainda neste mês. O país
que é objeto de um painel pode
bloquear o primeiro pedido,
mas, se o pedido for reapresentado, o painel pode ser aberto.
O Brasil diz que os EUA conseguiram manter a posição de
segundo maior produtor de algodão do mundo (atrás da China) devido aos US$ 12,5 bilhões
em subsídios pagos aos produtores entre 1999 e 2003. Em julho do ano passado, o governo
brasileiro obteve da OMC o direito de retaliar os EUA em até
US$ 3 bilhões.
Rodada Doha
Os subsídios à agricultura,
bem como as tarifas sobre importações agrícolas nos países
desenvolvidos, foram os fatores
que acarretaram a interrupção
das discussões da Rodada Doha
de liberalização do comércio.
Lançada em 2001 no Qatar, a
rodada estagnou após a cúpula
ministerial de 2003 em Cancún
(México).
Na cúpula de Hong Kong no
ano passado havia ficado acertado que até junho deste ano
haveria um esboço de proposta
para cortes de subsídios e redução de tarifas, mas não houve
acordo.
Com agências internacionais
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