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Seguro para pagar prestação avança no país
Modalidade que garante pagamento de parcelas em caso de desemprego, morte ou invalidez se expande em 53% no 1º semestre
Segmento cresce na esteira do crédito, pois é vendido
com produto que tenha instrumento de cobrança
ou desconto em folha
DENISE BRITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O segmento de seguros prestamistas, contratados principalmente pelas financeiras para garantir a quitação de prestações em caso de desemprego,
morte ou invalidez do consumidor, cresce a taxas expressivas há pelo menos quatro anos.
O balanço semestral divulgado na última semana pela Fenaprevi (Federação Nacional
de Previdência Privada e Vida)
e pela Susep (Superintendência
de Seguros Privados), órgão do
governo federal, confirma essa
tendência de expansão acelerada. O crescimento dos prestamistas no semestre foi de
53,4% ante o mesmo período
de 2006, enquanto o setor de
seguros de pessoas como um
todo -que inclui os de vida, acidentes pessoais, turístico e
educacional- subiu 13,4%.
"O mercado brasileiro de
"microinsurance" [pequenos seguros] é um dos mais importantes do mundo, dado o volume populacional de baixa renda e o impacto social que pode
trazer pela oportunidade de inserção desse público no sistema de seguro e de crédito", diz
o presidente da Fenaprevi, Antonio Cassio dos Santos, que
também é presidente da seguradora Mapfre.
Há décadas disponível no
país, o produto vem pegando
carona na atual expansão do
crédito. Isso porque, para viabilizar o baixo custo do segmento
-como mensalidades entre R$
2 e R$ 10-, esse seguro precisa
ser comercializado com algum
outro produto ou serviço que
possua instrumento de cobrança ou desconto em folha.
Segundo Marco Antonio
Rossi, vice-presidente da Fenaprevi e diretor-presidente da
Bradesco Vida e Previdência, o
produto costuma ser oferecido
na contratação de financiamento ou na venda parcelada
de um bem -como imóvel, carro e eletroeletrônico- de forma desatrelada, ou seja, o cliente decide se quer o serviço. "Em
alguns casos, o varejista assume seu custo e oferece o seguro
ao cliente como diferencial numa campanha promocional."
Desde 2004, os seguros prestamistas têm crescido no embalo da explosão do crédito para pessoa física, em um ritmo
bastante acima do mercado.
Parte desse fenômeno é justificável pela base de diferentes
proporções -é mais fácil um
mercado ainda em desenvolvimento dobrar de tamanho em
um curto espaço de tempo do
que o mesmo ocorrer com um
setor já amadurecido. Mas o
potencial de crescimento dos
seguros prestamistas é grande
considerando o contingente
populacional do Brasil e o fato
de 77% da população, pertencente às classes C, D e E, estar
ganhando poder aquisitivo nos
últimos anos e começar a ser
incluída em alguns mercados
de consumo.
De acordo com a Fenaprevi, a
expectativa de crescimento do
setor de seguro de pessoas é de
15% ao ano. Já o segmento de
seguro prestamista apresenta
oportunidade de crescimento
muito acima desse índice, principalmente entre os consumidores da classe D, cuja renda
chega até R$ 600. Marco Antonio Rossi destaca, por exemplo,
que a cobertura básica de morte e de acidentes pessoais e auxílio-funeral tem forte apelo
nas camadas mais pobres da
população.
Segundo ele, as projeções do
mercado dão conta de que as
seguradoras devem continuar a
utilizar seus próprios canais de
venda para comercializar o serviço e acrescentar as redes varejistas que possuem cartões de
crédito de bandeira própria e
oferecem a cobrança do seguro
com a fatura do cartão.
"Se houver continuidade na
expansão do crédito e na redução dos juros, a expectativa é
que o seguro prestamista continue puxando o crescimento do
seguro de pessoas pelos próximos quatro ou cinco anos", avalia Rossi.
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