São Paulo, domingo, 02 de setembro de 2007

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Seguro para pagar prestação avança no país

Modalidade que garante pagamento de parcelas em caso de desemprego, morte ou invalidez se expande em 53% no 1º semestre

Segmento cresce na esteira do crédito, pois é vendido com produto que tenha instrumento de cobrança ou desconto em folha

DENISE BRITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O segmento de seguros prestamistas, contratados principalmente pelas financeiras para garantir a quitação de prestações em caso de desemprego, morte ou invalidez do consumidor, cresce a taxas expressivas há pelo menos quatro anos.
O balanço semestral divulgado na última semana pela Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida) e pela Susep (Superintendência de Seguros Privados), órgão do governo federal, confirma essa tendência de expansão acelerada. O crescimento dos prestamistas no semestre foi de 53,4% ante o mesmo período de 2006, enquanto o setor de seguros de pessoas como um todo -que inclui os de vida, acidentes pessoais, turístico e educacional- subiu 13,4%.
"O mercado brasileiro de "microinsurance" [pequenos seguros] é um dos mais importantes do mundo, dado o volume populacional de baixa renda e o impacto social que pode trazer pela oportunidade de inserção desse público no sistema de seguro e de crédito", diz o presidente da Fenaprevi, Antonio Cassio dos Santos, que também é presidente da seguradora Mapfre.
Há décadas disponível no país, o produto vem pegando carona na atual expansão do crédito. Isso porque, para viabilizar o baixo custo do segmento -como mensalidades entre R$ 2 e R$ 10-, esse seguro precisa ser comercializado com algum outro produto ou serviço que possua instrumento de cobrança ou desconto em folha.
Segundo Marco Antonio Rossi, vice-presidente da Fenaprevi e diretor-presidente da Bradesco Vida e Previdência, o produto costuma ser oferecido na contratação de financiamento ou na venda parcelada de um bem -como imóvel, carro e eletroeletrônico- de forma desatrelada, ou seja, o cliente decide se quer o serviço. "Em alguns casos, o varejista assume seu custo e oferece o seguro ao cliente como diferencial numa campanha promocional."
Desde 2004, os seguros prestamistas têm crescido no embalo da explosão do crédito para pessoa física, em um ritmo bastante acima do mercado. Parte desse fenômeno é justificável pela base de diferentes proporções -é mais fácil um mercado ainda em desenvolvimento dobrar de tamanho em um curto espaço de tempo do que o mesmo ocorrer com um setor já amadurecido. Mas o potencial de crescimento dos seguros prestamistas é grande considerando o contingente populacional do Brasil e o fato de 77% da população, pertencente às classes C, D e E, estar ganhando poder aquisitivo nos últimos anos e começar a ser incluída em alguns mercados de consumo.
De acordo com a Fenaprevi, a expectativa de crescimento do setor de seguro de pessoas é de 15% ao ano. Já o segmento de seguro prestamista apresenta oportunidade de crescimento muito acima desse índice, principalmente entre os consumidores da classe D, cuja renda chega até R$ 600. Marco Antonio Rossi destaca, por exemplo, que a cobertura básica de morte e de acidentes pessoais e auxílio-funeral tem forte apelo nas camadas mais pobres da população.
Segundo ele, as projeções do mercado dão conta de que as seguradoras devem continuar a utilizar seus próprios canais de venda para comercializar o serviço e acrescentar as redes varejistas que possuem cartões de crédito de bandeira própria e oferecem a cobrança do seguro com a fatura do cartão.
"Se houver continuidade na expansão do crédito e na redução dos juros, a expectativa é que o seguro prestamista continue puxando o crescimento do seguro de pessoas pelos próximos quatro ou cinco anos", avalia Rossi.


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