São Paulo, quarta-feira, 02 de outubro de 2002

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PANORÂMICA

INVESTIMENTO

Analista vê inflação como a vilã e recomenda aplicar para se proteger dela
O principal risco para as aplicações financeiras, nos próximos meses, é uma velha conhecida dos brasileiros: a inflação. "O aumento da taxa de câmbio, que já acumula alta de 65% no ano, vai ter de ser repassada aos preços", diz Walter Mendes, diretor da Schroder Brasil.
Além do repasse do dólar, os analistas consideram que, para conter a explosão da dívida pública, o novo governo terá de promover uma queda acentuada da taxa de juros que, se não for acompanhada de forte arrocho fiscal, também pressionará a inflação.
Em razão da provável pressão sobre os preços, alguns analistas estão recomendando investir em aplicações que protejam da inflação, como fundos e títulos atrelados ao IGP-M (leia quadro com recomendações ao lado).
Carlo Moratelli, diretor da MCA Economy, recomenda a quem tem perfil conservador colocar pelo menos 60% dos recursos em aplicações desse tipo.
Para Reinaldo Zakalski, diretor-executivo da Butique de Investimentos, quem já está com dinheiro investido, seja qual for a aplicação, não deve fazer nada no momento. "Para montar uma estratégia de investimento mais elaborada é preciso esperar que o cenário político e econômico fique mais claro", explica.
Já Marcelo Paixão, diretor do Max Blue, diz que os fundos DI de curto prazo são os mais indicados aos conservadores para atravessar os próximos meses.
Fábio Colombo, diretor da consultoria Money Maker, recomenda fundos de renda fixa de curto prazo, mas só para aplicadores moderados e agressivos.
Para Paulo Possas, diretor da Eagle Capital, o cenário de queda dos juros e risco de mais inflação favorece aplicações em ações. "Desde que o investidor suporte as oscilações da Bolsa", afirmou. (SANDRA BALBI E ISABEL CAMPOS, DA REPORTAGEM LOCAL)

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