São Paulo, quarta-feira, 02 de outubro de 2002

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A ÁGUIA PATINA

Contração, a primeira em oito meses, sinaliza instabilidade; gastos em construção civil também recuam

Atividade da indústria encolhe nos EUA

DA REDAÇÃO

A atividade industrial norte-americana encolheu no mês passado pela primeira vez desde janeiro. Em outro sinal de que a economia norte-americana passa por um novo período de instabilidade, o investimento em construção civil recuou em agosto.
O índice de atividade industrial do ISM (Instituto de Gerenciamento de Fornecimento, na sigla em inglês) recuou de 50,5 pontos em agosto para 49,5 pontos no mês passado. Leituras abaixo de 50 indicam contração.
"Os fundamentos da atividade econômica são decepcionantes", disse Sherry Cooper, economista do Harris Bank. "Os consumidores estão fechando o bolso."
De acordo com Norbert Ore, diretor de pesquisa de atividade industrial do ISM, a boa notícia é que, se, por um lado, a atividade não mostra sinais de aquecimento, por outro não indica que cairá ainda mais. "Houve muito pouca mudança [no nível de atividade", se é que houve alguma", afirmou.
As manufaturas geram menos de 40% do PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA e empregam 14% dos trabalhadores do país. Mas a indústria costuma ser o primeiro setor a encolher quando uma recessão se avizinha, como ocorreu no ano passado.
"A economia arrefeceu durante o verão, mas não está contraindo de maneira significativa", disse Gary Thayer, economista-chefe do banco AG Edwards.
Segundo relatório do Departamento de Comércio dos EUA, os gastos em construção recuaram 0,4% em agosto. A queda ficou dentro das expectativas dos analistas do mercado financeiro.

Pânico dissipado
Os indicadores, ainda que ligeiramente negativos, pouco influenciaram o humor de Wall Street e das outras grandes praças globais. Depois de um setembro devastador, em que o índice Dow Jones sofreu o maior tombo desde 1937, as Bolsas iniciaram outubro (e o último trimestre do ano) com altas expressivas (leia ao lado). O Dow Jones subiu 4,57%, o maior ganho desde julho.
O acordo entre o Iraque e a ONU (Organização das Nações Unidas) sobre os termos da inspeção de armamentos aliviou a tensão dos investidores, que temem que uma guerra esteja a caminho. Além disso, a caça por pechinchas (ações consideradas muito baratas) também estimulou a valorização dos papéis.
"Talvez não estejamos indo para a guerra", afirmou Mark Donahoe, do US Bancorp Piper Jaffray. "Com certeza, o Iraque tem sido a maior âncora do mercado nos últimos dias."


Com agências internacionais


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