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Dólar cai para R$ 2,838; mercado já fala em captação e intervenção
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O dólar alcançou ontem seu
menor valor desde 16 de janeiro.
Vendido a R$ 2,838 no fim das
operações, registrou queda de
0,77% diante do real ontem. No
ano, a moeda norte-americana
acumula recuo de 2,21%.
Com o dólar nesse patamar,
analistas se perguntam se o Banco
Central não irá começar a intervir
para tentar deter uma queda mais
acentuada da moeda: dólar em níveis muito baixos pode prejudicar
o desempenho da balança comercial, favorecendo as importações,
que, em reais, ficam mais baratas.
O resultado da balança tem sido
importante para manter equilibradas as contas externas brasileiras, diminuindo a necessidade de
tomada de empréstimos.
Na opinião de Joel Bogdanski,
gerente de política monetária do
banco Itaú, é normal que o dólar
esteja em baixa neste momento.
"A entrada de dólares tem sido
maior que a demanda pela moeda. Mas não penso que o dólar
caia muito abaixo do atual nível.
Se a moeda ficar abaixo de R$
2,80, teremos um cenário mais
propício para esperar por uma
entrada do BC no mercado comprando moeda para recompor
suas reservas", diz Bogdanski.
As captações de recursos fechadas nas últimas semanas pelos setores público e privado têm ajudado a manter o real valorizado.
A queda do dólar de ontem recebeu um impulso de rumores de
que o governo prepara uma nova
operação para captar recursos no
mercado internacional, segundo
operadores. O governo estaria interessado em aproveitar o atual
bom momento -risco-país em
torno de 460 pontos e recente aumento do "rating" (nota de crédito) pelas principais agências de
classificação de risco- para realizar uma nova emissão.
Em setembro, o BC emitiu, em
duas etapas, 1 bilhão em títulos
da dívida externa com prazo de
oito anos.
Para Carlos Kawall, economista-chefe do Citibank, o "dólar pode descer mais um pouco, mas
não terá uma tendência monótona nos próximos meses". Kawall
prevê que o dólar esteja próximo
dos R$ 3,00 no fim do ano.
O dólar em níveis mais baixos
pode ter reflexos negativos sobre
a balança comercial, favorecendo
o aumento das importações. Em
setembro, as importações -de
US$ 5,753 bilhões- foram as
maiores, num único mês, do governo Lula.
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