São Paulo, sábado, 02 de outubro de 2004

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BARRIL DE PÓLVORA

Tensão na Nigéria eleva cotação em Nova York; G7 diz que preços altos ameaçam economia mundial

Petróleo fecha pela 1ª vez acima de US$ 50

DA REDAÇÃO

O barril do petróleo fechou ontem cotado pela primeira vez acima de US$ 50 na Bolsa Mercantil de Nova York, influenciado por novas instabilidades na Nigéria, um dos principais membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).
O recorde ocorreu em meio a um ambiente de preocupação dos países mais ricos do mundo. A questão foi uma das principais na reunião do G7 em Washington.
Em comunicado após o encontro, ministros do G7 disseram que os preços elevados "são um risco" para a economia e pediram que os produtores elevem a oferta para assegurar que as cotações diminuam e também a racionalização do consumo nos países.
Os contratos futuros, para entrega em novembro, tiveram valorização de 0,97%, negociados no fim do pregão a US$ 50,12. O recorde anterior nos 21 anos em que a commodity é negociada em Nova York havia sido registrado na terça, com US$ 49,90.
Nesse mesmo dia, o barril chegou a ser vendido a US$ 50,47 nos negócios eletrônicos pela manhã, recorde "intraday" (que considera a variação durante o dia).
Em Londres, na Bolsa Internacional do Petróleo, de referência na Europa, o barril do Brent encerrou a US$ 46,62 (+0,52%).
Ontem pela manhã, os mercados ficaram tensos com a notícia de que rebeldes acusavam o governo nigeriano de ter desrespeitado um cessar-fogo acordado dois dias antes. Eles ameaçavam explodir uma instalação de gás natural caso fossem atacados.
A ameaça não se materializou, mas já havia sido o suficiente para inverter uma tendência de baixa que se desenhava na abertura da sessão em Nova York. Mais tarde, a confirmação de que a produção no golfo do México, atingida no mês passado pelo furacão Ivan, ainda permanece cerca de 30% abaixo dos níveis normais manteve os preços elevados. A região responde por mais de um quarto da produção americana.
Mas, se considerada a inflação, as cotações ainda ficam distantes dos valores do início dos anos 80, época da revolução islâmica no Irã, quando o barril chegou a US$ 80 em valores corrigidos.

Mais transparência
Pela manhã, em Washington, o ministro de Finanças do Reino Unido, Gordon Brown, defendeu a melhoria das estatísticas de produção e consumo da commodity como forma de reduzir especulações. A ação de investidores é apontada por analistas como uma das razões para o aumento dos preços. Somente neste ano, a alta acumulada já chega a 52,9%.
"Se os preços altos se mantiverem, as conseqüências poderão ser mais sérias, com a queda da confiança e o aumento das pressões inflacionárias", disse o ministro, para quem "a pouca qualidade das informações contribui para a volatilidade e a incerteza".


Com agências internacionais

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