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ANO DO DRAGÃO
Reajuste dos combustíveis teria impacto de até 0,9 ponto no IPCA
Inflação deve chegar a 1,5% em novembro com tarifaço
DA SUCURSAL DO RIO
Num momento em que os índices já estão pressionados pelo
contágio do dólar, o aumento dos
combustíveis fará a inflação de
novembro subir ainda mais. Especialistas ouvidos pela Folha estimam que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) chegue a 1,50%.
Segundo o economista Wilson
Ramião, do Lloyds TSB, a gasolina terá um peso de 0,50 ponto
percentual na inflação, e o gás de
cozinha, de 0,40 ponto, considerando os percentuais de reajuste
na refinaria. Somados, haveria
uma elevação de 0,90 ponto percentual na inflação.
Porém, afirmou Ramião, como
em geral o repasse ao consumidor
é de cerca de 80% do aumento na
refinaria, a alta deve ser de algo
em torno de 0,70 ponto percentual. Ele prevê um IPCA de 1,50%
em novembro.
Com o "tarifaço" dos combustíveis, Ramião disse que "está praticamente descartado" um corte de
juro até o fim do ano. Para ele, o
BC deve manter a Selic em 21%.
Na refinaria, a gasolina já subiu
9,14% em 2002, e o diesel, 43,7%,
já considerando os aumentos
anunciados ontem, segundo cálculos do professor de matemática
financeira José Dutra Vieira Sobrinho. Para o gás, diz ele, a alta
soma 75,73%.
Para Marcela Prada, da Tendências Consultoria, o IPCA certamente vai superar 1% em novembro, quando absorverá a maior
parte dos aumentos anunciados
ontem. Diferentemente da Petrobras, ela espera um repasse ao
consumidor de GLP de 16%, o
que representaria um peso de 0,27
ponto. No caso da gasolina, cujo
preço ao consumidor deve subir
9,7%, Prada prevê um impacto de
0,40 ponto.
Até setembro (último dado disponível), o gás de cozinha subiu,
ao consumidor, 23,78%, segundo
dados do IPCA. A gasolina acumula uma ligeira queda de 1,62%.
O diesel, um aumento de 21,51%.
No ano, o IPCA está em 5,60%.
Em setembro, ficou em 0,72%.
Segundo o IBGE, cada ponto
percentual de reajuste da gasolina
corresponde a um impacto de
0,0412 no IPCA. No caso do gás de
cozinha, o peso é de 0,0171.
Com base na previsões de reajuste ao consumidor da Petrobras
-9% para a gasolina e 12% para o
gás de botijão-, é possível estimar impactos de 0,37 ponto e 0,21
ponto, respectivamente.
Ramião projeta que o IGP-M,
índice que mede mais os preços
no atacado (60% de sua composição) e corrige uma série de contratos, atinja mais de 3% em novembro. Em outubro, o índice registrou a maior variação desde
1994: 3,87%.
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