São Paulo, sábado, 02 de novembro de 2002

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Passeata de "oposição" leva adesivos de Lula

DA REPORTAGEM LOCAL

Enquanto Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, falava do papel da Força Sindical de fiscalizar o novo governo e da independência que quer imprimir à central sindical em relação à Presidência de Luiz Inácio Lula da Silva, muitos manifestantes ostentavam adesivos da campanha do candidato eleito.
Os adesivos da campanha de Lula estavam por todos os lugares, colados nas camisas dos operários e em suas bandeiras. Até mesmo no carro de som de onde Paulinho falava havia adesivos da campanha "Agora é Lula".
Durante os discursos, o apoio ao presidente eleito contrastava com a cautela demonstrada por Paulinho com relação ao novo governo. No carro de som, muitos dos líderes sindicais que falaram antes do presidente da Força fizeram alusões elogiosas a Lula.
O discurso que mais inflamou os manifestantes, por exemplo, foi o de Jorge Nazareno, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região. Em alusão à vitória de Lula, disse que "depois de 500 anos de domínio político da elite insensível, os empresários tiveram que engolir a chegada de um metalúrgico à Presidência".
Com isso, Jorginho arrancou mais aplausos do que qualquer um dos outros sindicalistas que se revezaram no microfone em frente ao prédio da Fiesp. Ele, entretanto, é um conhecido militante do PT. Mesmo com o apoio da Força à candidatura de Ciro Gomes (PPS) no primeiro turno, Nazareno foi um dos poucos líderes da central a apoiar Lula.
Durante o percurso entre a estação Paraíso e o prédio da Fiesp, os trabalhadores gritavam palavras de ordem, nenhuma delas, entretanto, mencionando Lula ou a CUT (Central Única dos Trabalhadores), central sindical opositora à Força.
Ao som de gritos de "se a Fiesp não pagar, o pau vai quebrar", porém, Paulinho animou a rixa, durante conversa com jornalistas no fim da manifestação. Disse que a rival, assim como o Brasil, agora mudou e, com o governo Lula, passou a ser governo também. "Cabe a nós agora ver se está tudo certo e zelar para que continue assim", disse ele. (JSO)


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