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Temor com bancos faz Bolsas recuarem
Dow Jones cai 2,6%, com rebaixamento de nota de Citigroup; Fed faz maior injeção de dinheiro desde setembro de 2001
Preocupações com os grandes bancos marcou dia que se esperava fosse de ganhos expressivos após o corte nos juros dos EUA
Shannon Stapleton/Reuters
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Corretor sentado na Bolsa de Nova York; Dow Jones caiu 2,6% |
DA REDAÇÃO
Um dia após o Fed (Federal
Reserve, o banco central dos
Estados Unidos) anunciar um
corte de 0,25 ponto percentual
na taxa básica de juros, para
4,5%, as principais Bolsas mundiais tiveram um dia de forte
queda. As preocupações com os
grandes bancos marcaram um
dia que se aguardava fosse de
ganhos expressivos.
O Fed esperava que o corte
nos juros trouxesse alívio para
o setor financeiro, mas teve que
colocar US$ 41 bilhões para garantir a liquidez no mercado
-a maior injeção desde 19 de
setembro de 2001, logo após os
ataques terroristas aos EUA.
Durante o período de maior
turbulência no ano, em agosto,
a maior injeção diária do BC
americano foi US$ 38 bilhões.
O índice Dow Jones, o principal da Bolsa de Nova York, caiu
2,6%, e o Nasdaq, que reúne as
empresas de tecnologia, recuou
2,25%. A Bolsa de Frankfurt teve queda de 1,72%. A Bovespa
se desvalorizou em 1,94%.
A principal notícia do dia foi
o rebaixamento da nota do Citigroup, um dos maiores bancos
do mundo, pela consultoria
CIBC World Markets e pelo
Credit Suisse. Já o Morgan Stanley rebaixou o Citi e outros
grandes bancos.
Segundo o CIBC, o Citi precisará arrecadar mais de US$ 30
bilhões no curto prazo para
cumprir sua obrigações. As
ações do Citi caíram quase 7%
ontem.
Para o Morgan Stanley, "haverá contágio do mercado de
hipotecas "subprime" [de alto
risco] para o "prime" [de primeira linha], para o setor de automóveis e para os empréstimos
no cartão de crédito". Isto é, os
problemas do mercado de crédito imobiliários podem estar
se espalhando para o restante
da principal economia mundial.
O próprio Credit Suisse, que
rebaixou para "neutra" a nota
do Citi, anunciou que seu lucro
caiu 31% no terceiro trimestre,
para US$ 1,1 bilhão, e que as oscilações do mercado de crédito
causaram uma baixa contábil
de US$ 1,9 bilhão. Outros grandes bancos registraram quedas
expressivas em suas ações. Os
papéis do Morgan Stanley caíram 7,2%, os do AIG, 6,07%, e
os do Bank of America, 5,32%.
Desde a crise de julho e agosto, a grande preocupação dos
economistas é com as perdas
sofridas pelos grandes bancos,
que ainda não estavam claras. A
maior parte deles registrou lucro no terceiro trimestre, mas
com queda em relação ao mesmo período de 2006. E o UBS já
disse que deve sofrer perdas
neste trimestre ainda, nos títulos vinculados ao mercado imobiliário. "Nós sabemos que há
mais cadáveres no armário",
afirmou Hans Redeker, do BNP
Paribas, ao "Financial Times".
O resultado da ExxonMobil
também preocupou os investidores. A petrolífera teve uma
queda de 10% em seus lucros
no trimestre passado.
As preocupações também se
estenderam para o mercado de
commodities. O petróleo, que
tinha batido recorde anteontem, recuou. Em Nova York, o
produto se desvalorizou em
1,1%, para US$ 93,49. Já a cotação do produto em Londres
caiu para US$ 89,72, queda de
1% em relação ao dia anterior.
O ouro também recuou.
Ao contrário do que era esperado após a decisão do Fed de
anteontem, o dólar se valorizou
ante o euro.
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