São Paulo, segunda-feira, 02 de novembro de 2009

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MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Brasil será 9ª economia em 2016, diz pesquisa

O Brasil dificilmente será a quinta economia do mundo em 2016, como tem afirmado em seus discursos o presidente Lula. É o que aponta estudo da Austin Rating, que projeta a nona posição para o país.
Os cálculos foram feitos com base nas perspectivas do FMI de crescimento e de variação cambial até 2014.
Para 2009, a estimativa é que o PIB brasileiro alcance US$ 1,482 trilhão, marca que o levará a ser o oitavo do mundo, mas que está 30% abaixo do resultado da Itália, a sétima colocada.
"Mesmo o Brasil crescendo a taxas maiores que os países que o antecedem no ranking, a diferença de volume do PIB é muito grande", diz Alex Agostini, economista-chefe da Austin.
Para estar entre as cinco economias do mundo, o Brasil precisa ampliar seu nível de investimento, segundo Cristiano Souza, economista do Santander. "Hoje o Brasil investe 16% do seu PIB, enquanto a China, 45%. Para crescer a uma taxa de 8% ou 9% ao ano, o Brasil precisa investir mais que o dobro."
O recuo previsto para a nona posição em 2016 se deverá ao resultado da Rússia, que pode ocupar o sétimo lugar no ranking, segundo a Austin. Sua expectativa é que o país cresça 11,7% por ano em média entre 2010 e 2016, mais que os 5,74% esperados para o Brasil.
Entre os economistas, o expressivo crescimento projetado para a Rússia é uma controvérsia. "Essa projeção é muito otimista. A economia russa depende muito da europeia, que não deverá crescer a taxas expressivas", afirma José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do banco Fator.
O desempenho do Brasil no ranking pode melhorar, para outros economistas. "É possível que sejamos a quinta economia na próxima década. Se mantivermos o crescimento na casa de 5% ao ano, o Brasil chegará lá. É estatística", diz o professor de economia da PUC-SP, Antonio Corrêa de Lacerda.
A valorização do real ajudará o Brasil a ganhar posições no ranking das maiores economias, segundo Lacerda. Para o economista da Austin, apenas se o dólar cair para R$ 1,50 até 2016 isso pode acontecer. "É possível, mas não é o provável."

PARA ELES
A urologia é a primeira área de atuação no Brasil da Astellas, farmacêutica japonesa que acaba de abrir sua subsidiária no país. A empresa entrará no mercado brasileiro com dois medicamentos em 2010: o Omnic, distribuído hoje pela Eurofarma, e o Omnic Ocas, que ainda não foi lançado no país, ambos para combater o aumento do volume da próstata. O segmento de urologia deve crescer no Brasil com a implementação da Política Nacional de Saúde do Homem, recém-anunciada pelo governo, diz Devaney Baccarin, presidente da Astellas Brasil. A primeira ação de patrocínio da empresa é para o 32º Congresso Brasileiro de Urologia, que acontece entre os dias 7 e 11.

VERNISSAGE
O Grand Palais, em Paris, recebe neste mês a mostra "Art en Capital", da qual participarão artistas brasileiros como Christina Oiticica, Alessandro Jordão e Kiko Sobrino. Os trabalhos foram escolhidos pela empresária Bia Duarte, diretora da B Licenças Poéticas e selecionados pela curadoria da mostra. A presença em salões internacionais reconhecidos pode aumentar até 20% o valor comercial da obra exposta, segundo a empresária. Duarte também é responsável pela delegação brasileira no Salon National Des Beaux-Arts 2009, no Louvre, em dezembro.

TORPEDO
Depois de alcançar 2 milhões de usuários no Brasil com o serviço de "mobile dating", rede de relacionamentos via SMS, a italiana Zero9 planeja alugar sua base de dados para outras empresas oferecerem serviços em 2010. Criada há dois anos, a subsidiária brasileira gera 40% do faturamento do grupo - 58 milhões em 2008-, que está em seis países.

com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI


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