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TRIBUTAÇÃO
Congresso decide hoje
Alíquota de 27,5% pode ser mantida em 2004
SÍLVIA MUGNATTO
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Pressionados pelo Executivo, os
líderes do governo no Congresso
Nacional decidiram ontem votar
hoje a prorrogação da alíquota de
27,5% da tabela do Imposto de
Renda por tempo indeterminado.
No início da tarde de ontem, a
prorrogação por apenas um ano
era vista como uma solução ideal
para que a discussão sobre a tabela fosse reaberta em 2004. A prorrogação por um ano conta com o
apoio dos governadores, disse o
deputado José Pimentel (PT-CE).
Em um ano, as mudanças na tabela poderiam ser discutidas com
mais profundidade. Além disso,
governo e oposição teriam mais
tempo para avaliar os efeitos da
reforma tributária sobre as receitas. Durante a tarde de ontem, a
Receita Federal chegou a propor a
criação de uma alíquota de 35%
para rendimentos acima de R$
6.000 para compensar uma eventual correção geral na tabela, segundo o vice-líder do governo,
deputado Beto Albuquerque
(PSB-RS). Mas a medida foi rejeitada pelos líderes.
"O governo está pedindo apenas o que foi dado pelo governo
anterior", disse o líder do governo
na Câmara dos Deputados, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP),
ao justificar a manutenção dos
27,5%. Mas o próprio líder lembrou que a prorrogação por prazo
indeterminado não impede uma
mudança no médio prazo.
A Receita Federal continua estudando mudanças na tabela para
torná-la mais progressiva. Ou seja, fazer quem ganha mais pagar
mais. Pimentel lembrou ontem
que a alteração da tabela atual é
um compromisso de campanha
do governo.
Alíquota de 10%
A Receita Federal chegou a uma
proposta que reajustaria o limite
de isenção atual em 10% (passaria
de R$ 1.058 para R$ 1.164). As perdas seriam compensadas com
mudanças nos cálculos das deduções com saúde, dependentes e
educação.
Ontem, Pimentel afirmou que
outro estudo prevê a criação de
uma alíquota de 10%. Mas não informou qual a faixa de renda que
ela contemplaria. Hoje, entre R$
1.058 e R$ 2.115, existe apenas a
alíquota de 15%.
"O certo é que nem os Estados
nem os municípios aceitam perder arrecadação", disse Pimentel.
O secretário-adjunto da Receita
Federal Carlos Alberto Barreto
explicou na sexta-feira que uma
correção de 10% ou 12% no limite
de isenção poderia ser compensada com mudanças nas deduções.
No caso das deduções, o contribuinte que está na alíquota de
27,5% descontaria menos e o que
está na de 15%, mais. É que hoje
para uma despesa de saúde de R$
100, a faixa de renda mais alta deixa de pagar R$ 27,50. A faixa mais
baixa deixa de pagar R$ 15. O objetivo seria igualar os dois descontos em R$ 20.
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