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Caixa leva 35,5% do PanAmericano
Negócio de R$ 739 mi marca 1ª aquisição do banco federal; gestão será compartilhada com o Grupo Silvio Santos
PanAmericano é o primeiro
de cinco bancos de pequeno
porte na mira da Caixa,
que amplia participação no
financiamento de veículos
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
EDUARDO CUCOLO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Caixa Econômica Federal
fechou ontem a compra de
35,54% do banco PanAmericano, braço financeiro do Grupo
Silvio Santos, por R$ 739,3 milhões. O negócio marca a entrada oficial da Caixa na consolidação bancária nacional, quase
nove meses após conseguir autorização do Congresso para
comprar outras instituições.
A transação segue o modelo
fechado no início do ano pelo
Banco do Brasil com o Votorantim, em que o banco federal fica
com a gestão compartilhada da
instituição, apesar de ser minoritário em relação aos antigos
controladores. No caso, a Caixa
terá 49,5% do capital votante e
mais 20,69% das ações preferenciais (sem voto) do grupo.
Para a Caixa, a vantagem é
que o PanAmericano fica sem
as amarras institucionais dos
bancos públicos, ganhando agilidade para fechar negócios e
facilidade para atrair funcionários de prestígio com salários
competitivos no mercado. Já os
antigos controladores conseguem se manter no comando.
O PanAmericano é o primeiro de uma lista de cinco bancos
pequenos que estão na mira da
Caixa, que, com o Banco do
Brasil, vem atuando para aumentar a participação estatal
no mercado bancário.
Com o PanAmericano, a Caixa deixa de contar quase que
exclusivamente com sua rede
de agências e ganha acesso
também a 185 pontos de venda
e a 22 mil lojas e parceiros comerciais do banco da família
Silvio Santos. Entra ainda com
força no financiamento de automóveis, incluindo carros usados, segmento em que o Votorantim também é forte.
O PanAmericano tem 2,2 milhões de clientes com algum
negócio em andamento e outros 16,7 milhões cadastrados.
"Mais do que um parceiro, a
gente queria uma aliança estratégica. A Caixa atua com o mesmo público nosso", disse Luiz
Sebastião Sandoval, presidente
do grupo Silvio Santos.
Lehman
O PanAmericano vinha crescendo em ritmo acelerado até a
quebra do Lehman Brothers,
marco da crise global, quando
passou a ter dificuldades para
captar recursos no mercado,
assim como os demais bancos
sem correntistas. A proximidade com a Caixa veio da venda de
carteiras de crédito. Para retomar o crescimento, o banco
precisava de injeção de recursos, o que o grupo Silvio Santos
relutava em fazer. O banco passa a ter sua avaliação de risco
semelhante ao da Caixa, que
tem a União como acionista.
Também deixa de ter dificuldades de captar recursos.
O PanAmericano viu na venda de carteiras uma fonte de dinheiro para continuar operando -15% da captação do banco
se dá pela cessão de crédito.
Na negociação, a Caixa esbarrou em uma série de dificuldades para avaliar preços de carteiras de clientes, impactos potenciais de contenciosos jurídicos e trabalhistas desses bancos, além do custo-benefício de
entrar em determinados ramos
de negócios que não conhecia.
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