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ENERGIA
Construção de duas usinas termoelétricas e a disputa pela Comgás são os objetivos do grupo norte-americano
Enron prevê investir US$ 2 bi no país em 99
ANTONIO CARLOS SEIDL
da Reportagem Local
O grupo energético norte-americano Enron tem a intenção de dobrar seus investimentos no Brasil
do atual nível de US$ 2 bilhões,
acumulado entre 1996 e 1998, para
US$ 4 bilhões em 1999.
A construção de duas usinas termoelétricas de 900 MW (uma na
região Sudeste e outra na região
Nordeste), um investimento de
US$ 1 bilhão, e a possível compra
da Comgás, a empresa de distribuição de gás que deve ser privatizada pelo governo do Estado de
São Paulo no primeiro semestre do
ano que vem, são os pontos centrais da agressiva estratégia de negócios da Enron no Brasil em 1999.
O superintendente da Enron International Cone Sul, Diomedes
Christodoulou, disse, ontem, em
São Paulo, que o grupo está conversando com eventuais parceiros
-"não descartamos ninguém"-
para participar do leilão da Comgás.
Para ele, o processo de privatização no Brasil tem sido "transparente" e "competitivo", permitindo a participação de qualquer grupo interessado.
Christodoulou reafirmou a confiança do grupo Enron no Brasil,
dizendo que a esperada recessão
em 1999 não vai alterar os planos
do grupo no país.
"Não investimos mais de US$ 2
bilhões de capital próprio no país
pensando somente no dia de amanhã. A recessão é um problema de
curtíssimo prazo. Nossa visão do
Brasil é bastante otimista. O Brasil
é o maior mercado em termos de
energia entre os países em desenvolvimento. É onde todo mundo
gostaria de estar", disse.
A Enron possui a maior participação (45%) no consórcio que adquiriu no ano passado, por US$
576 milhões, com um ágio de 67%,
participações na CEG (56,4%) e
Riogás (75%), as empresas de distribuição de gás para a cidade e para o Estado do Rio de Janeiro.
No ano passado, a Enron adquiriu 100% de participação na Gaspart, empresa de distribuição de
gás nos Estados da Bahia, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Paraíba,
Paraná e Santa Catarina.
Em julho deste ano, a Enron
comprou, em leilão de privatização na Bolsa de Valores de São
Paulo, a Elektro, o braço de distribuição de eletricidade da Cesp
(Companhia Energética de São
Paulo). A Enron pagou R$ 1,479 bilhão pela Elektro, representando
um ágio de 98,80% sobre o preço
mínimo fixado pelo edital de privatização.
Além desses investimentos, o
grupo Enron participa da construção do gasoduto Bolívia-Brasil
(um projeto de US$ 2 bilhões, com
29% do lado boliviano do empreendimento e 7% do lado brasileiro) e da usina termelétrica de
Cuiabá (um investimento de US$
500 milhões, com uma participação de 100%).
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