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NEGÓCIOS
A maior fusão já realizada criará a terceira empresa do mundo, atrás da General Electric e da Microsoft
Exxon compra Mobil por US$ 82,8 bilhões
MARCELO DIEGO
de Nova York
A Exxon anunciou ontem a compra da Mobil por US$ 82,8 bilhões.
A fusão cria a maior empresa petrolífera do mundo e a terceira
maior empresa de todo o planeta.
A Exxon é a número um do setor
petrolífero nos Estados Unidos. A
Mobil é a número dois. A combinação das duas empresas será chamada de Exxon Mobil, que ultrapassa o grupo Royal Dutch-Shell
(Reino Unido/Holanda) no setor.
Entre todas as empresas do mundo, só perde para a General Electric e para a Microsoft, ambas dos
Estados Unidos.
Em valores de mercado, a Exxon
e a Mobil devem somar US$ 250 bilhões. A cifra equivale a 32% do
PIB (Produto Interno Bruto, a soma de todas as riquezas produzidas no país) brasileiro.
O negócio será efetuado por
transferência de ações. Cada papel
da Mobil passará a valer 1,32 ação
da Exxon. A nova companhia terá
cerca de 30% do controle nas mãos
dos acionistas da Mobil. O restante
ficará nas mãos da Exxon.
O atual presidente da Exxon, Lee
Raymond, vai assumir o controle
da nova empresa. Lucio Noto, presidente da Mobil, será o vice.
"O acordo une duas organizações com projeção e que compartilham valores comuns, mantêm estratégias compatíveis e revelaram
empreendimentos recordes", disse
Raymond.
A fusão bateu o recorde histórico
que pertencia à união entre o Travelers Group e o Citicorp. A junção
dos dois, formando o Citigroup,
atingiu US$ 72,6 bilhões neste ano.
No setor petrolífero, a maior fusão havia acontecido entre a British Petroleum e a Amoco, numa
negociação de US$ 54 bilhões.
A Exxon Mobil será baseada no
Texas (EUA). A companhia terá
capacidade de refinar 2,5 milhões
de barris de petróleo por dia. Segundo o "Wall Street Journal", é a
maior capacidade de produção industrial no mundo.
A nova empresa tem reservas de
10,5 bilhões de barris de petróleo
cru e de 58,6 trilhões cúbicos de gás
natural, segundo o mesmo jornal.
O anúncio da fusão aconteceu
em Nova York. Não foram anunciados cortes de empregados.
A companhia, no entanto, deixou claro que pretende atingir
uma redução anual na casa dos
US$ 2,5 bilhões.
O negócio ainda precisa ser aprovado pelo comitê antitruste do governo federal. Segundo especialistas que acompanharam as negociações, uma das exigências das
autoridades norte-americanas seria a desapropriação de refinarias e
de outros serviços.
As duas empresas juntas detêm
48,5 mil refinarias em todo o mundo. Cerca de 16 mil delas são nos
EUA, o que corresponde a 22% do
total do país.
As duas empresas já atuaram
juntas até 1911. Pertenciam ao grupo Standard Oil, do empresário
John Rockfeller, mas foram separadas pelo governo com base nas
leis antimonopólio.
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