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Oposição ameaça dificultar votação do Orçamento
MARIA CLARA CABRAL
LUCAS FERRAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O anúncio do aumento das
alíquotas de IOF e CSLL provocou reações negativas entre os líderes da oposição no
Congresso, que ameaçam dificultar a votação da proposta de Orçamento para 2008.
Democratas e tucanos acusaram o governo de estar
descumprindo a promessa
de que não haveria mudanças nos impostos mesmo
com o fim da CPMF.
Os parlamentares criticaram ainda a falta de detalhamento sobre o corte de gastos de R$ 20 bilhões e dizem
acreditar que as medidas devem gerar atrito entre deputados e senadores.
"O governo começa o ano
esticando a corda. Em vez de
sinalizarem com mais detalhes sobre os cortes de gastos, anunciam o aumento
nos impostos", criticou José
Agripino Maia (RN), líder do
DEM no Senado.
"Fui traído. Combinaram
de discutir o corte de gastos
com a oposição, falaram que
nada seria anunciado até fevereiro. Nós vamos reagir.
Vamos ver se eles têm força
para enfrentar o que vem pela frente", disse o líder do
PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), um dos principais
responsáveis pela articulação que derrubou a CPMF.
Até integrantes da base admitem que o anúncio possa
gerar atritos no Congresso. O
senador Renato Casagrande
(PSB-ES) disse que, apesar
de achar as medidas equilibradas, sabe que a base governista "não terá mais uma
vida fácil no Congresso".
O anúncio também gerou a
preocupação entre os oposicionistas de que possa haver
uma elevação nos juros caso
o governo não corte efetivamente os gastos públicos.
Outro temor é de que haja
corte nas emendas dos parlamentares. "É jogar sobre os
congressistas a responsabilidade do descontrole das contas públicas. As emendas não
são recursos intocáveis, mas
é muito mais fácil expor e
cortar do Legislativo", disse
o deputado Paulo Rubem
Santiago (PDT-PE).
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