São Paulo, quinta-feira, 03 de janeiro de 2008

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Oposição ameaça dificultar votação do Orçamento

MARIA CLARA CABRAL
LUCAS FERRAZ

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O anúncio do aumento das alíquotas de IOF e CSLL provocou reações negativas entre os líderes da oposição no Congresso, que ameaçam dificultar a votação da proposta de Orçamento para 2008.
Democratas e tucanos acusaram o governo de estar descumprindo a promessa de que não haveria mudanças nos impostos mesmo com o fim da CPMF.
Os parlamentares criticaram ainda a falta de detalhamento sobre o corte de gastos de R$ 20 bilhões e dizem acreditar que as medidas devem gerar atrito entre deputados e senadores.
"O governo começa o ano esticando a corda. Em vez de sinalizarem com mais detalhes sobre os cortes de gastos, anunciam o aumento nos impostos", criticou José Agripino Maia (RN), líder do DEM no Senado.
"Fui traído. Combinaram de discutir o corte de gastos com a oposição, falaram que nada seria anunciado até fevereiro. Nós vamos reagir. Vamos ver se eles têm força para enfrentar o que vem pela frente", disse o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), um dos principais responsáveis pela articulação que derrubou a CPMF.
Até integrantes da base admitem que o anúncio possa gerar atritos no Congresso. O senador Renato Casagrande (PSB-ES) disse que, apesar de achar as medidas equilibradas, sabe que a base governista "não terá mais uma vida fácil no Congresso".
O anúncio também gerou a preocupação entre os oposicionistas de que possa haver uma elevação nos juros caso o governo não corte efetivamente os gastos públicos.
Outro temor é de que haja corte nas emendas dos parlamentares. "É jogar sobre os congressistas a responsabilidade do descontrole das contas públicas. As emendas não são recursos intocáveis, mas é muito mais fácil expor e cortar do Legislativo", disse o deputado Paulo Rubem Santiago (PDT-PE).


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