São Paulo, domingo, 3 de janeiro de 1999

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Fruta importada vende mais

da Reportagem Local

A classe média mais alta continua a comer muito bem, obrigado. O mercado paulistano de frutas importadas cresceu este ano 1%, enquanto o de frutas nacionais -mais baratas- caiu 9%.
Em todo o Brasil, entre janeiro e outubro, venderam-se 38% a mais em refrigerantes e 12,6% a mais em desidratados e congelados.
Mas para os mais pobres as coisas andam apertadas. Quem o diz é Wilson Tanaka, presidente do sindicato que reúne 1.100 pequenos supermercados em São Paulo, boa parte deles na periferia.
"Em um ano, a queda no volume físico das vendas foi de 12%. A metade disso foi a transferência do pequeno para o grande lojista. A outra metade foi devido à queda do poder aquisitivo", diz ele.
Seus fregueses continuam a comprar a mesma quantidade de arroz, carne e feijão. Mas deixaram os queijos finos ou os chocolates.
Mesmo assim, na base da pirâmide de poder aquisitivo, há uma curiosa transformação. Comida deixou de ser o primeiro item de despesa das famílias com até 20 salários mínimos de renda. Elas agora gastam mais em habitação e serviços correlatos (eletricidade, condomínio, gás ou telefone).
É o que indica pesquisa da Fipe. Desde 1936, data do primeiro levantamento do gênero, a mudança era impensável. Pelos dados preliminares da Pesquisa sobre Orçamento Familiar, que começou a ser feita em meados deste ano, a alimentação cairá de 30% para 25% das despesas. (JBN)



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