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Fruta importada vende mais
da Reportagem Local
A classe média mais alta continua a comer muito bem, obrigado.
O mercado paulistano de frutas
importadas cresceu este ano 1%,
enquanto o de frutas nacionais
-mais baratas- caiu 9%.
Em todo o Brasil, entre janeiro e
outubro, venderam-se 38% a mais
em refrigerantes e 12,6% a mais em
desidratados e congelados.
Mas para os mais pobres as coisas andam apertadas. Quem o diz é
Wilson Tanaka, presidente do sindicato que reúne 1.100 pequenos
supermercados em São Paulo, boa
parte deles na periferia.
"Em um ano, a queda no volume
físico das vendas foi de 12%. A metade disso foi a transferência do
pequeno para o grande lojista. A
outra metade foi devido à queda
do poder aquisitivo", diz ele.
Seus fregueses continuam a comprar a mesma quantidade de arroz,
carne e feijão. Mas deixaram os
queijos finos ou os chocolates.
Mesmo assim, na base da pirâmide de poder aquisitivo, há uma curiosa transformação. Comida deixou de ser o primeiro item de despesa das famílias com até 20 salários mínimos de renda. Elas agora
gastam mais em habitação e serviços correlatos (eletricidade, condomínio, gás ou telefone).
É o que indica pesquisa da Fipe.
Desde 1936, data do primeiro levantamento do gênero, a mudança
era impensável. Pelos dados preliminares da Pesquisa sobre Orçamento Familiar, que começou a ser
feita em meados deste ano, a alimentação cairá de 30% para 25%
das despesas.
(JBN)
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