São Paulo, terça-feira, 03 de fevereiro de 2004

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ENERGIA

Pinguelli Rosa diz que companhia poderá tomar empréstimos com saída do PND

Eletrobrás prevê dobrar investimento

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

O presidente da Eletrobrás, Luiz Pinguelli Rosa, disse ontem que, com a saída da empresa do PND (Programa Nacional de Desestatização), poderá dobrar seus investimentos para 2004.
No orçamento deste ano, estão previstos R$ 4,2 bilhões. Em 2003, a estatal investiu R$ 3 bilhões somente com recursos próprios. No PND, no qual estava desde o governo Fernando Henrique Cardoso, a estatal não podia aumentar seu endividamento.
Segundo Pinguelli, agora a companhia poderá tomar empréstimos com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). O primeiro será em fevereiro, de R$ 400 milhões, que serão gastos na duplicação da usina de Tucuruí (PA), cuja capacidade será ampliada de 4.000 MW para 8.000 MW.
Pinguelli Rosa defendia a saída da Eletrobrás do PND, o que chegou a gerar atritos com o Tesouro. À Folha no final de 2003, disse que "brigava" com o Tesouro para retirar a companhia do PND e flexibilizar as regras de contabilização do superávit primário.

Rumores
Pela primeira vez Pinguelli falou, em público, sobre os rumores de que perderá o cargo para um indicado pelo PMDB.
"Sou professor da Coppe [Coordenação de Programas de Pós-Graduação, da UFRJ] e estou presidente da Eletrobrás", disse ontem, na cerimônia de lançamento do projeto da primeira usina de geração de energia a partir das ondas do mar, na Coppe.
Foi a primeira manifestação de Pinguelli Rosa sobre o assunto desde que começaram os boatos sobre sua demissão, no começo do ano.
"Sou presidente da Eletrobrás convidado pelo presidente Lula", acrescentou.
O presidente da estatal afirmou ainda que conversou com o ministro José Dirceu (Casa Civil), o qual, segundo ele, reiterou que a decisão de afastá-lo cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O ministro não assegurou que ficaria no cargo, segundo Pinguelli Rosa. "Dirceu disse que não estava no seu nível de decisão."
Disse ainda não saber a origem das informações publicadas pela imprensa sobre sua suposta demissão e a pressão do PMDB pelo cargo. Hoje, já existe uma vaga na diretoria da estatal: a de diretor financeiro. Pinguelli Rosa disse que fez indicações, mas espera a decisão do governo.


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