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ENERGIA
Pinguelli Rosa diz que companhia poderá tomar empréstimos com saída do PND
Eletrobrás prevê dobrar investimento
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente da Eletrobrás, Luiz
Pinguelli Rosa, disse ontem que,
com a saída da empresa do PND
(Programa Nacional de Desestatização), poderá dobrar seus investimentos para 2004.
No orçamento deste ano, estão
previstos R$ 4,2 bilhões. Em 2003,
a estatal investiu R$ 3 bilhões somente com recursos próprios. No
PND, no qual estava desde o governo Fernando Henrique Cardoso, a estatal não podia aumentar
seu endividamento.
Segundo Pinguelli, agora a companhia poderá tomar empréstimos com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). O primeiro será
em fevereiro, de R$ 400 milhões,
que serão gastos na duplicação da
usina de Tucuruí (PA), cuja capacidade será ampliada de 4.000
MW para 8.000 MW.
Pinguelli Rosa defendia a saída
da Eletrobrás do PND, o que chegou a gerar atritos com o Tesouro.
À Folha no final de 2003, disse
que "brigava" com o Tesouro para retirar a companhia do PND e
flexibilizar as regras de contabilização do superávit primário.
Rumores
Pela primeira vez Pinguelli falou, em público, sobre os rumores
de que perderá o cargo para um
indicado pelo PMDB.
"Sou professor da Coppe [Coordenação de Programas de Pós-Graduação, da UFRJ] e estou presidente da Eletrobrás", disse ontem, na cerimônia de lançamento
do projeto da primeira usina de
geração de energia a partir das
ondas do mar, na Coppe.
Foi a primeira manifestação de
Pinguelli Rosa sobre o assunto
desde que começaram os boatos
sobre sua demissão, no começo
do ano.
"Sou presidente da Eletrobrás
convidado pelo presidente Lula",
acrescentou.
O presidente da estatal afirmou
ainda que conversou com o ministro José Dirceu (Casa Civil), o
qual, segundo ele, reiterou que a
decisão de afastá-lo cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O ministro não assegurou que
ficaria no cargo, segundo Pinguelli Rosa. "Dirceu disse que não estava no seu nível de decisão."
Disse ainda não saber a origem
das informações publicadas pela
imprensa sobre sua suposta demissão e a pressão do PMDB pelo
cargo. Hoje, já existe uma vaga na
diretoria da estatal: a de diretor financeiro. Pinguelli Rosa disse que
fez indicações, mas espera a decisão do governo.
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