JANAINA LAGE
DA FOLHA ONLINE, NO RIO

Novo controlador, problema antigo: a TAP assumiu a gestão da VEM (Varig Engenharia e Manutenção, ex-subsidiária da Varig) e apresentou a nova diretoria com o desafio de reduzir a participação da aérea no faturamento.
A Varig representou 66% do faturamento da VEM em 2005. A meta é reduzir essa participação para menos de 50% até 2010. Apesar disso, a Varig terá preços diferenciados por representar o principal cliente da companhia.
De acordo com o presidente da VEM, Evandro Oliveira, o contrato de venda para a TAP incluía cláusula de assinatura de novo contrato com a aérea em recuperação judicial. "A Varig terá preços diferenciados em razão do volume de trabalho", disse.
Os sinais de que a companhia tem um novo dono são evidentes, como a presença do vice-presidente da TAP, Luiz Mor, e de jornalistas portugueses. Na prática, no entanto, a VEM precisará diversificar a carteira de clientes.
Sem a participação dos serviços da Varig, o faturamento da VEM em 2005 foi estimado em 49 milhões. O plano de negócios feito pela TAP prevê expansão de 8,3% ao ano até 2010, quando a companhia deve faturar 76 milhões.

Credores
Os principais credores da Varig se reuniram ontem no prédio do Banco do Brasil no centro do Rio. Venceu o prazo para os credores entregarem sugestões para o plano de reestruturação da companhia, que deve ser discutido em assembléia no próximo dia 13.
A avaliação de grande parte dos credores é de que não vale a pena trocar créditos por participação na Varig. Márcio Marsillac, coordenador do TGV (Trabalhadores do Grupo Varig), diz que a recuperação não será comprometida se os credores hesitarem em aceitar a troca. "Existem terceiros que podem comprar dívidas no mercado secundário e converter em ações. O processo só fica mais lento do que se previa."


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