|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ALÉM DO TURISMO
Exportações de US$ 3 bilhões e empresas de tecnologia puxam o desenvolvimento do Estado
SC diversifica sua economia e cresce
JAIRO MARQUES
DA AGÊNCIA FOLHA
O estrago provocado pela ausência do turista argentino nas
praias de Santa Catarina não afetou os resultados obtidos no ano
passado pela economia do Estado. As exportações chegaram aos
US$ 3 bilhões, a renda média dos
chefes de família em Florianópolis é a maior entre as capitais e o
índice de emprego na indústria e
comércio cresceu cerca de 5%.
Economistas atribuem os resultados, que contrastam com outros Estados brasileiros, à profissionalização do turismo de eventos, à diversificação das atividades
de produção, ao desafogo da política de câmbio, à presença de empresas de tecnologia e à transferência de famílias das classes média e alta para a capital.
De acordo com levantamento
feito pela Secretaria do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade de São Paulo, baseado em dados do IBGE, a renda média de
um chefe de família em Florianópolis é a maior entre as capitais:
R$ 1.618,11. A capital paulista ficou com média de R$ 1.479,69.
"Houve um crescimento populacional muito acentuado em Florianópolis na década de 90. Não
há estudos aprofundados que
comprovem, mas é visível que as
pessoas de bom poder aquisitivo
estão se transferindo para a ilha.
O perfil do cidadão está mudando
muito e o crescimento urbano está acelerado", disse Hoyêdo Nunes Lins, professor do programa
de pós-graduação em economia
da UFSC (Universidade Federal
de Santa Catarina).
Enquanto a população do país
cresce cerca de 1,4% ao ano, a capital catarinense tem registrado
aumento populacional de cerca
de 5% ao ano, segundo o IBGE.
O número de pessoas que visitaram Florianópolis no ano passado
para participar de eventos foi
maior do que a população local:
426 mil contra 342 mil.
"Em 2001 foram 183 eventos e
deveremos crescer neste ano no
mínimo 20%. Os eventos eleva a
taxa de hospedagem nos hotéis,
que na baixa temporada do ano
passado foi 32% maior, e provoca
aumento no movimento dos restaurantes e em locais de prestação
de serviço", afirmou Leonardo
Vieira, gerente comercial do
maior centro de convenções do
Estado.
Mais quatro grandes hotéis estão sendo construídos na ilha, totalizando 190 empreendimentos.
Segundo a ABIH (Associação
Brasileira de Indústria de Hotéis),
o setor cresceu de 1998 a 2001 cerca de 150% em Santa Catarina.
Tecnologia
O que também contribuiu para
a melhoria dos índices econômicos foi a presença das empresas de
tecnologia, avalia a Secretaria Estadual do Desenvolvimento Econômico e Integração ao Mercosul.
Estimativa da Acate (Associação Catarinense de Empresas de
Tecnologia) indica que há em território catarinense cerca de mil
empresas de base tecnológica que
faturaram R$ 1 bilhão em 2001.
Nos últimos 20 anos, as exportações brasileiras cresceram
290%. Santa Catarina superou a
média nacional. Cresceu 353% e
hoje é o quinto Estado que mais
exporta no país (perde para São
Paulo, Rio Grande do Sul, Minas
Gerais e Paraná).
Texto Anterior: Opinião: Enron foi duro golpe para imagem dos EUA Próximo Texto: Sem argentinos, Estado perde US$ 90 milhões Índice
|