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COMÉRCIO
Pesquisa mostra justificativas dadas por quem não paga prestação em dia
Inadimplente culpa salário atrasado
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma pesquisa realizada em dezembro e janeiro aponta que atraso nos salários e o desemprego
são a justificativa apontada por
37,8% dos inadimplentes para
justificar atraso na prestação.
O dado foi obtido em levantamento da TeleCheque, empresa
de verificação e garantia de cheques, junto a 500 consumidores.
No levantamento anterior (outubro e novembro), os dois fatores
combinados representavam 25%
das justificativas para o atraso.
A TeleCheque, que atende 7.000
lojas no país, realiza pesquisa sobre o perfil do inadimplente a cada dois meses. Para isso, a empresa entrevista, aleatoriamente,
emitentes de cheques que não regularizaram seus débitos.
O salário atrasado foi a motivação para não pagamento de débitos que teve o maior aumento de
participação no total: de 13,4% em
outubro e novembro para 24%
em dezembro e janeiro.
"Empresas que vinham pagando em dia passaram a atrasar o salário por conta da retração da economia", afirma Otacílio Santos,
diretor da TeleCheque.
Na pesquisa mais recente, o desemprego é usado como justificativa para o atraso por 13,8% dos
entrevistados. Nos dados de outubro e novembro, era 11,6%.
Enquanto isso, o descontrole
nos gastos -apesar de ter permanecido como principal razão citada para inadimplência- teve
queda, de 36,4% para 24,8%.
Segundo Santos, esse motivo
permanece o mais citado por conta da renda em baixa, que faz com
que o consumidor se submeta a
parcelamentos com prazos muito
longos e juros altos.
"As pessoas acabam calculando
as parcelas, e não o custo financeiro total embutido no crédito, o
que causa a inadimplência."
Um dado que comprova essa
relação, argumenta, é a inadimplência mais alta entre a população que ganha menos: segundo a
pesquisa, 36,6% dos entrevistados
possuem renda mensal entre R$
501 e R$ 1.000; 22,4%, entre R$
1.000 e R$ 2.000.
Outro fator apontado por ele é o
valor médio de compra dos inadimplentes: 27,6% gastam de R$ 1
a R$ 99; 18,8%, de R$ 100 a R$ 199,
e 18,2%, de R$ 200 a R$ 399.
"Essa maioria de valores mais
baixos é devido ao grande volume
de parcelamentos. Há alguns produtos, como DVDs e celulares,
que estão na moda e cujos preços
são altos. Por isso o consumidor
recorre a crédito para comprá-los", afirma Santos.
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