São Paulo, quinta-feira, 03 de março de 2005

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ECONOMIA GLOBAL

Aumento nos impostos seria prejudicial

Greenspan defende déficit fiscal menor com cortes em despesas

DA REDAÇÃO

Alan Greenspan, presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), disse ontem que a economia americana está saudável, mas voltou a falar sobre a necessidade de corrigir o déficit fiscal do país, de preferência por meio de cortes nas despesas do governo.
Falando ao Comitê de Orçamento da Câmara de Representantes, Greenspan alertou para o perigo de aumentar a dívida a juros cada vez maiores, o que desestabilizaria o sistema fiscal.
"Lidar com os desequilíbrios do governo vai requerer um exame tanto dos gastos quanto dos impostos. No entanto, aumentos nos impostos suficientes para lidar com nossos crescentes problemas fiscais podem ser riscos significativos para o crescimento econômico e para a base de renda", disse o presidente do Fed.
Os aumentos nos impostos ajudam a arrecadação do governo, mas diminuem a renda disponível da população, prejudicando o consumo e a economia. O cenário é arriscado, diz Greenspan, já que a geração dos "baby boomers" começa a se aposentar agora e a proporção de trabalhadores em relação à população tende a cair.
Os avisos de Greenspan não são novidade, mas analistas dizem que a escolha de se fixar quase exclusivamente nos problemas fiscais em vez de na economia saudável sugere que o presidente do Fed está cansado de repetir as mesmas críticas.
Para Greenspan, os maiores riscos ao Orçamento são o envelhecimento da população e o aumento dos gastos com saúde. Ele voltou a apoiar o plano de Bush de privatizar a Previdência americana, mas expressou preocupação com a possibilidade de o plano levar a envolvimento do governo nos mercados financeiros.
De acordo com a proposta de Orçamento do presidente George W. Bush para o ano fiscal de 2006, o déficit fiscal aumentará para US$ 427 bilhões, mas cairá ao longo dos próximos anos, até chegar a US$ 207 bilhões em 2010.
O plano, porém, exclui o financiamento das guerras no Iraque e no Afeganistão, o custo de tornar permanentes os cortes de impostos de Bush e o dinheiro necessário para a transição para contas privadas de Previdência, razões pelas quais foi criticado.
Leia a íntegra do discurso de Greenspan na http://www.folha.com.br/050611


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