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Petrobras e Japão fazem parceria no álcool
Estatal e conglomerado japonês prevêem construção de até 40 usinas orçadas em US$ 8 bi para abastecer país asiático
Furlan diz que Brasil negocia com EUA criação de cota para entrada de produto brasileiro no mercado
norte-americano
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A Petrobras e a Mitsui, conglomerado japonês com forte
atuação na área de energia,
construirão em conjunto com
investidores da iniciativa privada 40 usinas de produção de álcool no país, orçadas, ao todo,
em US$ 8 bilhões. O objetivo é
exportar o produto ao Japão.
Paulo Roberto Costa, diretor
de Abastecimento da Petrobras, disse à Folha que cada
projeto está avaliado em cerca
de US$ 200 milhões e que as
duas empresas terão uma participação minoritária de 15% a
20%. As unidades entrarão em
produção a partir de 2011.
"Estamos avaliando 40 projetos. Não quer dizer ainda que
vamos fazer todos. São projetos
privados que estão dentro daquela visão de exportação para
o Japão", afirmou.
Costa disse que a maioria das
negociações é feita com grupos
nacionais do setor, embora não
tenha revelado seus nomes. Segundo ele, o JBIC (banco japonês de fomento) financiará a
construção das usinas.
Com o objetivo de assegurar
o fornecimento de longo prazo
(em contratos de 15 anos), Petrobras e Mitsui terão uma
subsidiária no Japão para a
venda do álcool naquele país.
Foi por causa do receio do
governo japonês de problemas
no abastecimento que a Petrobras entrou no negócio. "O Japão quer fornecimento de longo prazo. Não existe a hipótese
de ter álcool num ano e no outro, não ter", disse. O álcool será usado no Japão tanto para a
adição à gasolina como para geração de energia elétrica em
substituição ao gás natural.
Costa disse que a Petrobras
prevê uma exportação de 3,5
milhões de litros de álcool ao
ano a partir de 2010, que pode
subir depois do interesse dos
EUA em ampliarem seu mercado de etanol e adicionarem até
20% do biocombustível à gasolina em 2017.
Furlan
O ministro Luiz Fernando
Furlan (Desenvolvimento)
afirmou que os EUA não conseguirão alcançar tal meta sem
"ajuda externa". Por isso, disse,
o país negocia o estabelecimento de uma cota de exportação
sem a atual tarifa de importação. Hoje, o álcool brasileiro
paga US$ 0,54 por litro para entrar nos EUA. Furlan disse que
tal restrição tende a acabar,
mas que até lá a solução seria o
estabelecimento da cota.
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