São Paulo, terça-feira, 03 de março de 2009

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OMC elogia ação brasileira contra o protecionismo

DE GENEBRA

O Brasil recebeu elogios do diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), Pascal Lamy, por sua atitude contra o protecionismo, uma prática que ameaça se tornar uma das piores heranças da crise financeira. Em discurso durante visita à Austrália, Lamy também teve palavras positivas sobre o presidente americano, Barack Obama, e seu pacote de estímulo econômico.
Ao fazer um balanço da economia mundial neste início de ano, Lamy disse que governos asiáticos, especialmente Japão e Coreia do Sul, estavam enfrentando bem a crise, assim como Nova Zelândia e Austrália. Mas nenhum mereceu os elogios que fez ao Brasil.
"Se houvesse um prêmio para esse período, eu acho que o presidente Lula ganharia", disse Lamy, que vem alertando os países para os perigos de sucumbir ao protecionismo.
Em janeiro o Brasil anunciou que iria aplicar restrições a 60% das importações. Mas a decisão foi revertida logo em seguida pelo presidente Lula, temendo ser associado ao protecionismo que o Brasil tanto critica e que voltará a atacar na reunião do G20, em Londres, no mês que vem.
Lamy já tinha incluído um elogio a Lula no discurso que fez aos 153 membros da OMC em fevereiro. Curiosamente, ao ler o texto, ele pulou a frase em que exaltava a resistência do presidente às "pressões protecionistas". Apesar disso, com base no discurso distribuído pela OMC, vários jornais reproduziram o elogio a Lula que Lamy não pronunciou.
Ontem na Austrália, o diretor-geral da OMC também elogiou o pacote de estímulo econômico de US$ 787 bilhões anunciado pelo governo Obama, que, segundo Lamy, aliviou a ênfase no polêmico slogan "Buy American", o carimbo protecionista que fazia parte do plano original.
Mas Lamy não foi longe demais nos elogios ao pacote, preferindo esperar o seu desdobramento. "Todos sabemos que o diabo não está nos detalhes, mas na implementação", disse Lamy. "Vamos ser cautelosos." (MARCELO NINIO)


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