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OMC elogia ação brasileira contra o protecionismo
DE GENEBRA
O Brasil recebeu elogios do
diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio),
Pascal Lamy, por sua atitude
contra o protecionismo, uma
prática que ameaça se tornar
uma das piores heranças da crise financeira. Em discurso durante visita à Austrália, Lamy
também teve palavras positivas
sobre o presidente americano,
Barack Obama, e seu pacote de
estímulo econômico.
Ao fazer um balanço da economia mundial neste início de
ano, Lamy disse que governos
asiáticos, especialmente Japão
e Coreia do Sul, estavam enfrentando bem a crise, assim
como Nova Zelândia e Austrália. Mas nenhum mereceu os
elogios que fez ao Brasil.
"Se houvesse um prêmio para esse período, eu acho que o
presidente Lula ganharia", disse Lamy, que vem alertando os
países para os perigos de sucumbir ao protecionismo.
Em janeiro o Brasil anunciou
que iria aplicar restrições a
60% das importações. Mas a
decisão foi revertida logo em
seguida pelo presidente Lula,
temendo ser associado ao protecionismo que o Brasil tanto
critica e que voltará a atacar na
reunião do G20, em Londres,
no mês que vem.
Lamy já tinha incluído um
elogio a Lula no discurso que
fez aos 153 membros da OMC
em fevereiro. Curiosamente, ao
ler o texto, ele pulou a frase em
que exaltava a resistência do
presidente às "pressões protecionistas". Apesar disso, com
base no discurso distribuído
pela OMC, vários jornais reproduziram o elogio a Lula que
Lamy não pronunciou.
Ontem na Austrália, o diretor-geral da OMC também elogiou o pacote de estímulo econômico de US$ 787 bilhões
anunciado pelo governo Obama, que, segundo Lamy, aliviou
a ênfase no polêmico slogan
"Buy American", o carimbo
protecionista que fazia parte do
plano original.
Mas Lamy não foi longe demais nos elogios ao pacote, preferindo esperar o seu desdobramento. "Todos sabemos que o
diabo não está nos detalhes,
mas na implementação", disse
Lamy. "Vamos ser cautelosos."
(MARCELO NINIO)
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