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Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
FMI volta a discutir controle de capitais em seminário
O Fundo Monetário Internacional, que agora defende o
controle de capitais, organizou
seminário sobre o tema aproveitando a presença de autoridades e acadêmicos na Coreia
para participar da reunião preparatória para o G20.
O Fundo reavaliou seus antigos dogmas e, em artigo publicado há cerca de dez dias, afirmou que, se algum sistema financeiro não estivesse preparado, deveria colocar controles
de capital. A ideia é controlar
apenas a entrada dos investimentos, não a saída.
Os participantes de países
asiáticos, que já estabeleceram
a medida, veem-na de forma favorável.
Para Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú Unibanco,
que participou do seminário,
essa é uma visão de curto prazo.
"Nossa dívida, nosso passivo,
está bem estruturado. Estrangeiros compram nossos títulos,
investem na Bolsa brasileira e
fazem investimentos diretos
em companhias porque se sentem livres", lembra Goldfajn.
"Isso ocorre porque estamos
desenvolvendo um mercado local e deixando investidores livres para entrar e sair. Se colocarmos muitos controles, haverá menos confiança."
Com menos investimentos, o
passivo não seria tanto em
reais. "Empresas tenderiam a
se financiar em mercados no
exterior, em dólar, o que não
gostamos", avalia.
Mas, se os países que adotaram a medida a defendem, ela
não seria positiva?
Para Goldfajn, a resposta é
não, por não permitir que mercados locais se desenvolvam
como poderiam. "Não podemos nos dar ao luxo de ter passivo em dólar, em renda fixa
emitida lá fora. Quando vem
uma crise, há efeitos colaterais.
Se colocar muito IOF na entrada, na Bolsa, as empresas vão
comprar ADRs no exterior."
ASSEGURADO
Companhias estrangeiras
de resseguros estão se posicionando no Brasil. Grandes
obras que muita gente acredita que não saem do papel
já motivaram consultas a essas empresas. "Antes de fazer uma proposta na licitação do trem-bala, por exemplo, a companhia tem de saber quanto será o seguro de
sua participação", diz Benjamin Gentsch, presidente-adjunto mundial da francesa
Scor Global, um dos cinco
maiores grupos do setor.
"Fizemos projetos semelhantes na Ásia", diz José
Carlos Cardoso, diretor-presidente da Scor na América
Latina. Gentsch está no país
para participar de encontro
do setor e firmar parcerias
com seguradoras locais.
PLANTÃO MÉDICO
Cada vez mais, os executivos se deparam mais cedo
com doenças causadas por
hábitos de vida inadequados e estresse, segundo levantamento da clínica
Med-Rio, especializada em
check-ups de profissionais
de alto escalão. Na década
de 90, o infarto nos homens ocorria a partir dos
50 anos, hoje, porém, já
aparecem casos em executivos de 35 anos, diz o médico Gilberto Ururahy, sócio da Med-Rio. Nas mulheres, o câncer de mama na
década de 90 incidia na faixa dos 40 anos, hoje aparecem casos em executivas a
partir de 25 anos, diz Ururahy. "O estresse do cotidiano associado ao estilo de
vida inadequado, como alimentação errada e sedentarismo, conduz os executivos a doenças em idades
precoces", alerta o médico.
Ele aponta vários fatores
para o aumento do estresse: crise financeira, fusões,
aumento da concorrência,
falta de tempo para lazer,
medo do desemprego e filhos cobrando a presença.
"O corpo manda a fatura."
BRICs NA BOLA
Criador do acrônimo
Brics, o economista do Goldman Sachs Jim O'Neill lidera grupo de investidores interessado em adquirir o controle do Manchester United,
um dos times mais vencedores do futebol inglês. Desde
2005, o controle do clube,
que tem dívida de 716 milhões de libras, pertence à
família americana Glazer,
que anunciou que não pretende vendê-lo. O'Neill já foi
diretor do clube.
FINANCIAMENTO
O Banco do Brasil foi responsável por 25% dos repasses do BNDES em janeiro,
resultado superior à participação do mês anterior, que
era de 21%. Foram 12,4 mil
operações e R$ 1,6 bilhão repassados no mês.
RECALCULANDO
Economistas estão refazendo as contas sobre o impacto da crise no desemprego em Wall Street. As atuais
estimativas apontam que as
perdas estejam em 200 mil
vagas, ante as 300 mil projetadas anteriormente.
MOVIDO A GASOLINA
O preço do álcool ainda apresentou alta em fevereiro nos
postos de combustíveis do país, apesar da queda já iniciada
nas usinas. Em média, o aumento foi de 6,05%, para R$
2,133 o litro, segundo a Ticket Car. Para os proprietários de
veículos flex, só compensa abastecer com álcool em Mato
Grosso, onde o combustível custa 66% do valor da gasolina.
com JOANA CUNHA e ALESSANDRA KIANEK
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