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Ford lidera nos EUA após recall da Toyota
Foi a primeira vez que a marca passou a GM desde 1998; montadora japonesa teve queda de 9% nas vendas em fevereiro
Governo Obama estuda tornar obrigatório sistema de emergência que bloqueie a aceleração involuntária, como ocorreu com a Toyota
JANAINA LAGE
DE NOVA YORK
A Toyota teve queda de 9%
nas vendas nos EUA em fevereiro após o recall de mais de
8,5 milhões de veículos no
mundo todo. O resultado favoreceu as concorrentes e ajudou
a Ford a ultrapassar a GM pela
primeira vez desde 1998, com
um crescimento de 43% nas
vendas ante o mesmo mês de
2009. A GM cresceu 12%.
O desempenho da Ford foi
impulsionado pelas vendas do
Fusion, modelo que compete
com o Camry, da Toyota, que
apresentou problemas. Segundo o presidente de vendas da
Ford, Ken Czubay, seis em cada
dez vendas do Fusion foram
para novos clientes.
Diante do resultado, a Ford
anunciou que pretende fabricar 595 mil veículos nos EUA
no segundo trimestre, o que representa um aumento de 32%
na comparação com igual período do ano anterior.
Czubay sinalizou que a empresa ainda avalia ter espaço
para ganhar novos clientes da
Toyota. Segundo ele, estudos
mostram que os compradores
da japonesa estão indecisos.
O desempenho da Toyota foi
determinado principalmente
pela queda de 20% nas vendas
do Camry. Para evitar quedas
ainda mais acentuadas nas vendas, a empresa anunciou ontem
uma série de incentivos, que incluem taxa zero de juros para
financiamentos em até cinco
anos e um pacote gratuito de
manutenção de dois anos para
clientes antigos que compram
novos veículos.
Na prática, a montadora perdeu principalmente novos
clientes. Em fevereiro, ela estimou ter perdido 18 mil vendas.
Freio de emergência
Em audiência na Câmara dos
Representantes, o secretário de
Transportes dos EUA, Ray LaHood, afirmou ontem que o governo Barack Obama está considerando exigir que todas as
fabricantes de automóveis instalem um sistema extra de frenagem. O objetivo é bloquear
episódios de aceleração involuntária de veículos, como os
registrados pela Toyota.
O sistema já faz parte de veículos vendidos por empresas
como BMW, Volkswagen e
Chrysler, entre outras.
O órgão responsável pela fiscalização nos EUA tem sido alvo de críticas após os recalls da
Toyota. Os problemas nos veículos da montadora estão associados a cinco mortes no país.
Em fevereiro, as vendas da
GM tiveram alta de 12%, no
quinto mês seguido de alta.
Apesar disso, a montadora afirmou que os desempenhos do
mercado de trabalho e do mercado imobiliário representam
uma ameaça à recuperação da
indústria automobilística. A
empresa anunciou mudanças
no quadro de executivos e uma
gama de ofertas de taxa zero de
financiamento para alguns veículos feitos em 2009 e 2010.
De modo geral, o desempenho da indústria em fevereiro
foi fraco, com um patamar de
vendas anualizado de 10,5 milhões de veículos. Em janeiro, o
nível de vendas havia ficado em
10,8 milhões. O resultado da indústria foi afetado não só pela
crise de confiança desencadeada pelos recalls da Toyota como
também por fatores climáticos,
devido à incidência de nevascas
no mês passado.
O desempenho da indústria é
essencial para a consolidação
da recuperação da economia,
muito dependente dos gastos
do consumidor.
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