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ECONOMIA BOMBARDEADA
Banco reduz estimativa de crescimento mundial e afirma que políticas de estímulo estão no limite
Munição econômica já está no fim, diz Bird
DA REDAÇÃO
A guerra dos EUA contra o Iraque fará a economia mundial
crescer menos do que o previsto
neste ano, alerta o Bird (Banco
Mundial). Pior. Segundo a instituição, as autoridades das mais
importantes economias do planeta estão ficando sem munição para combater a desaceleração.
"Uma preocupante característica do atual ambiente econômico é
que as políticas macroeconômicas talvez estejam perto do limite", afirma o Bird em um relatório
sobre as perspectivas globais, divulgado ontem.
A advertência do Banco Mundial ocorreu um dia após o IIF
(Instituto de Finanças Internacionais, na sigla em inglês), organização privada que representa bancos e companhias financeiras, ter
cobrado uma ação mais coordenada das nações mais ricas do planeta, incluindo aí o relaxamento
da política monetária.
Segundo o Bird, o conflito no
Oriente Médio desestabilizou ainda mais uma economia mundial
que já enfrentava dias difíceis. Para a instituição, a guerra, se não se
estender por muito tempo, reduzirá em 0,5 ponto percentual o
crescimento da economia mundial neste semestre.
A produção econômica do planeta deverá crescer 2,3% neste
ano, abaixo da previsão de 2,5%
feita em dezembro do ano passado e bem menor que a estimativa
de 3,6% feita em julho. Em 2002, a
expansão foi de 1,7%.
"Temos reduzido constantemente as perspectivas de crescimento no último ano", afirmou
Philip Suttle, economista responsável pelo relatório, durante uma
entrevista coletiva. "A despeito da
guerra, a confiança geral permanece caindo."
O Bird não incluiu em suas estimativas o impacto que a epidemia
da Sars (síndrome respiratória
aguda grave, na sigla em inglês)
pode ter. Mas Suttle disse que certamente haverá efeitos negativos
em decorrência da doença.
Segundo o Banco Mundial, o
Federal Reserve (banco central
norte-americano) não tem muita
margem de manobra para reduzir
juros. As taxas norte-americanas
já estão nos níveis mais baixos das
últimas quatro décadas.
"O Banco Central Europeu tem
um pouco mais de espaço para relaxar a política monetária e provavelmente seguirá a expectativa
do mercado e reduzirá a taxa",
afirma o Bird. Mas o relatório destaca que a munição fiscal dos países europeus está no fim. O bloco
econômico adota normas rígidas
de controle dos gastos públicos.
Para o Bird, os EUA crescerão
2,5% neste ano, um pouco abaixo
da estimativa inicial de 2,6%. Em
2004, o avanço seria de 3,5%. Mas
uma guerra prolongada afetaria
as estimativas.
A zona do euro deverá ser a região mais atingida. O Bird cortou
a estimativa de crescimento do
bloco de 1,8% para 1,4%. Em 2004,
a taxa seria de 2,6%.
O relatório sugere que o Japão
adote uma política monetária que
"verdadeiramente" estimule a
economia, mas adverte que o endividamento do governo alcançou um "nível perigoso". A economia do país deverá crescer
0,6% neste ano e 1,6% em 2004.
A economia da América Latina
crescerá apenas 1,7 % neste ano,
prevê o Bird. Para 2004, a previsão
é um avanço de 3,8%.
A projeção considera que a Argentina voltará a crescer. A retração de 11% do país no ano passado foi o principal fator para a contração de 0,9% na economia da
região -o pior desempenho
mundial. Excluindo a Argentina,
haveria expansão de 0,8%.
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