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MERCADO ABERTO
Natura aposta na internacionalização
A Natura vai apostar todas as suas fichas numa forte expansão internacional, segundo o novo presidente da empresa, Alessandro Carlucci,
que assumiu o cargo no mês passado. A Natura já atua na Argentina, no Chile, no Peru e na Bolívia e pretende, até 2007, estar
presente nos principais mercados latino-americanos, a começar pelo México, no segundo semestre deste ano.
Além da América Latina, a Natura, cuja receita bruta atingiu a
cifra de R$ 2,5 bilhões em 2004
-33% superior à obtida no ano
anterior-, inicia neste mês operações na França, com a abertura
em Paris de sua primeira loja
mundial, a Maison Natura. "Nos
próximos 10 a 15 anos, queremos
estar entre os principais líderes
na América Latina. E, na Europa,
estamos iniciando um movimento começando pela França",
diz Carlucci. Antes de assumir a
presidência, ele foi por três anos
o responsável por toda a divisão
da América do Sul da empresa, e,
sob sua direção, as operações na
Argentina prosperaram, mesmo
durante a forte recessão que atingiu o país a partir de 2001.
As operações internacionais da
Natura respondem hoje por
2,6% da receita bruta. Nos próximos dois anos, a empresa pretende abrir atividades de venda direta ao consumidor, além do México, na Colômbia, Venezuela,
Porto Rico, Costa Rica, Uruguai e
Equador. Nesses países, a Natura
atuará da mesma forma que no
Brasil, com consultoras e consultores. Só na França a Natura optou por uma loja, com o objetivo
de estudar o mercado para depois partir para o continente.
A Natura detém 18,9% do mercado brasileiro de cosméticos,
perfumes e higiene pessoal. A
empresa investiu, em 2004, R$
47,4 milhões em pesquisa e desenvolvimento, considerado um
de seus pontos fortes.
LUVA DE PELICA
Guido Mantega (BNDES)
não ficou irado apenas com o
prefeito José Serra e o seu secretário de Finanças, Mauro Ricardo Costa, no episódio do
corte de energia na capital paulista feito pela AES Eletropaulo.
Assim como Mauro Ricardo
será interpelado judicialmente
por suas declarações contra o
BNDES, Mantega também encaminhou uma notificação extrajudicial à AES Eletropaulo
em que pede explicações tanto
pelo corte de luz como pelas
afirmações de Roberto Di Nardo, vice da companhia, que teria responsabilizado os acionistas pelo corte. O BNDES tem
participação minoritária na
companhia. A diretoria do
banco considerou atrapalhadas
as declarações e o corte de luz,
que afetou creches e hospitais.
GREVE POLÍTICA
Há um cheiro muito forte de
motivação política na greve de
marítimos da Petrobras. O pano de fundo pode ser uma disputa pelo cargo do presidente
da Transpetro, Sérgio Machado, que é ligado ao PMDB. O
PP, que ganhou musculatura
com Severino Cavalcanti na
presidência da Câmara, tem
muito interesse pelo cargo.
DISPUTA DE MILHÕES
A Petrobras e o IRB deram
início à concorrência para a retrocessão (processo em que o
IRB divide o resseguro com
empresas particulares) dos seguros da petrolífera. O contrato
do ano passado teve prêmio de
US$ 25 milhões para a cobertura de bens de US$ 27 bilhões.
Em abril, as corretoras entregarão as propostas.
MANOBRA ARRISCADA
Manter a inflação deste ano
em 6%, com crescimento do
PIB em 4%, pode virar um fracasso, por conta da meta fixada
pelo governo para 2005. É a
opinião de Heron do Carmo,
ex-Fipe e presidente do Conselho Regional de Economia. "Inflação não é cálculo linear. O
BC insistir com a meta de 5,1%
é inviável. A taxa de juros precisaria passar de 20%."
ALTA ROTAÇÃO
As ações do Banco Itaú Holding Financeira tiveram a
maior liqüidez entre bancos
brasileiros no ano passado,
com volume de R$ 12,3 bilhões
na Bovespa e na Bolsa de Nova
York. Os papéis tiveram média
financeira diária negociada na
Bovespa de R$ 31 milhões, e,
nos EUA, de R$ 19 milhões.
LEITURA
Desigualdade social e experiências de ações voltadas para o desenvolvimento regional e a geração de empregos e renda são o tema do livro "Brasil, o desafio da diversidade", organizado pelo
cientista social José Luís Vianna da
Cruz. Ele aborda o caso do norte
do Estado do Rio, que, embora
responda pela produção de mais
de 80% do petróleo brasileiro, figura negativamente em índices
que medem o desenvolvimento
humano e social. Outros autores
relatam casos e experiências no
Nordeste, na Amazônia, no planalto central em Minas Gerais, no
ABC paulista e Rio Grande do Sul.
Autor: José Luís Vianna da Cruz (organizador)
Editora: Senac
Quanto: R$ 35
BORIS, O VERMELHO
Eduardo Knapp/FI
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O empresário Boris Tabacof, 75, do grupo Suzano e do Ciesp, em seu apartamento em SP |
De líder comunista a executivo. A curiosa trajetória
do empresário Boris Tabacof (Ciesp e Suzano) está
reunida no livro "Perdidos e
Achados", escrito por ele,
com lançamento no próximo dia 26, na Livraria Cultura, em São Paulo. Tabacof
conta episódios como o de
sua prisão no governo Vargas, o desencanto com o comunismo e, claro, a entrada
no mundo dos negócios. "O
primeiro supermercado da
Bahia foi construído por
mim", conta. Tabacof descreve ainda sua passagem
pelo governo da Bahia, a
profissionalização do Banco
Safra e do grupo Suzano e
suas incursões pelos campos
da ciência e da religião.
GUILHERME BARROS, com Marcelo Pinheiro e Marcelo Sakate
@ - guilherme.barros@uol.com.br
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