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CENÁRIOS
Economia do país avançará 3,8%, e a da região, 4,1%, diz IIF; ambiente continua favorável para latino-americanos
Brasil deve crescer menos que a AL em 2006
DA AGENCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
DO ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE
A banca internacional traça um
cenário cor-de-rosa para a América Latina neste ano. As projeções
do IIF (sigla em inglês para Instituto Internacional de Finanças),
associação que agrega os grandes
bancos internacionais, são que a
região crescerá 4,1% neste ano. O
cenário, em termos de crescimento, não é tão bom para o Brasil,
que crescerá, na avaliação do IIF,
3,8%, a menor taxa entre as maiores economias da região.
Em geral, os indicadores melhoram para quase todos os países
para os quais a instituição divulgou estimativas (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru, Venezuela). Só na Argentina a
inflação continua preocupando.
A previsão da instituição é que a
inflação no país vizinho seja de
14,9%, contra os 12,3% de 2005 e
média de 5% em toda a região.
Mas o relatório divulgado ontem
pela entidade, que faz encontro
paralelo ao do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento),
prevê que o país vizinho também
crescerá acima da média: 6,7%.
O BID, por outro lado, prevê expansão acima de 4% para o Brasil,
apesar de também vislumbrar cenário econômico favorável para a
América Latina, segundo seu relatório anual. No documento, o
banco informa que seu capital
cresceu 17% em 2005 e que pretende focar seus empréstimos nas
áreas social e de infra-estrutura e
na popularização do crédito.
A América Latina surfa praticamente nas mesmas boas condições de 2005: crescimento significativo do mundo, alta dos preços
das commodities e farta liquidez.
A redução dos indicadores de
vulnerabilidade externa dos países, diz o relatório do IIF, deve
continuar neste ano. "Alguns dos
países da região devem continuar
usando a maré externa favorável
para reduzir a dívida pública. A
combinação de melhor desempenho fiscal com o crescimento das
exportações e a emissão de dívida
em moedas locais deve reduzir a
dívida em dólar dos países para
algo em torno de 105% das exportações, contra 232% em 1998."
O otimismo em relação à região
não é só da banca. Relatório elaborado por economistas para seminário do BID começa com a seguinte sentença: "Todas as estrelas estão perfeitamente alinhadas
para a América Latina no mercado financeiro mundial". Desde
que surgiu o mercado de títulos
de países emergentes, no início
dos anos 90, relata o documento,
o mercado nunca esteve tão disposto a comprar seus papéis.
O juro está em queda, e há dinheiro "saindo pelas orelhas", diz
Ricardo Hausmann, da Universidade Harvard. Paulo Leme, da
Goldman Sachs, lembra que só a
América Latina viu suas reservas
crescerem, nos últimos anos, em
proporção que representa 20% do
PIB da região, reflexo da melhora
dos indicadores externos.
Hausmann, no entanto, tem dúvidas sobre a solidez do cenário.
Ele lembra que não é a primeira
vez que o mercado desenha um
cenário róseo para a região.
(PAULO PEIXOTO E MARCELO BILLI)
Colaborou Iuri Dantas,
de Washington
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