DA REPORTAGEM LOCAL

O fluxo de recursos externos segue positivo, mas a Bovespa já perdeu R$ 6,361 bilhões em capital estrangeiro em 2008. Só em março, deixaram a Bolsa pelo menos R$ 2,495 bilhões por conta da crise nos mercados, sem contar a posição do último dia 31.
Com a crise, o estrangeiro tira dinheiro de ações brasileiras para cobrir perdas em seu país de origem e para diminuir sua exposição ao risco de países emergentes.
Os dados do Banco Central diferem dos da Bovespa porque nem todo capital que deixou o mercado de ações foi necessariamente repatriado. Boa parte ficou em títulos do governo ou foi para a BM&F. Com juros de 2,25% nos EUA, grandes fundos preferem manter seu dinheiro na renda fixa brasileira, que assegura um retorno de 11,25% além do câmbio.
"A leitura do fluxo cambial de março é positiva. Mesmo com toda essa volatilidade, o fluxo não secou em março. Há um pouco mais de seletividade do investidor estrangeiro, tanto que tivemos saídas. Mas o fluxo vai voltar, apesar de o cenário da Bolsa ainda não precificar uma recessão nos EUA nem um aumento nos juros", disse Flavio Serrano, da López León.
Para Sidnei Nehme, diretor de câmbio da NGO, o fluxo estrangeiro para a Bolsa brasileira pode se inverter em abril -como aconteceu em fevereiro, quando ficou positivo em R$ 865 milhões. "No Brasil, como a coisa não parecia ser tão ruim, o investidor estrangeiro que tinha saído resolveu voltar. Com a retomada da calmaria, o estrangeiro desfez posição [pela alta do dólar] na BM&F. Então, o mercado volta a ter força para derrubar o dólar como sempre aconteceu."


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