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ANÁLISE
Empregos públicos inflam retomada
MARCIO AITH
DA REPORTAGEM LOCAL
É tímida, ainda que alentadora, a criação de 162 mil vagas de
trabalho em março, divulgada
ontem. Dos empregos criados,
48 mil referem-se a vagas provisórias abertas pelo Censo
americano, do governo. Cerca
de 40 mil são trabalhos temporários no setor privado. Surgiram apenas 74 mil novos empregos permanentes.
Nesse ritmo, mesmo considerando a criação de 162 mil
vagas, seriam necessários 52
meses (pouco mais de 4 anos)
para retomar o número de vagas existentes em setembro de
2008, antes da quebra do banco
Lehman Brothers -o vendaval
econômico de 2008 eliminou
8,4 milhões de empregos nos
Estados Unidos, número equivalente à população da cidade
de Nova York.
Além disso, o setor financeiro, epicentro do terremoto de
dois anos atrás, ainda demite
(21 mil empregos no mês passado). E continua crescendo tanto o número de americanos
sem trabalho há mais de 27 semanas quanto o desemprego
por desalento -pessoas que se
desanimam de procurar vagas
depois de tantos meses de insucesso na busca.
Num pronunciamento em
Londres, o assessor econômico
da Casa Branca Lawrence Summer reconheceu boa parte dessas ressalvas, mas afirmou que
a recuperação da economia
americana "parece ter começado antes e de forma mais vigorosa do que seria normal em
crises como esta".
A grande dúvida, segundo
ele, é saber se, com a recuperação da atividade econômica, as
empresas americanas voltarão
a criar empregos permanentes
no curto prazo ou vão preferir
produzir mais utilizando-se de
trabalhadores temporários e do
pagamento de horas extras.
"Não tenho certeza quanto a
isso", disse ele. "Posso apenas
dizer que escapamos do limiar
da depressão e que muitas
ações que vão criar empregos já
estão em curso."
Entre as ações certamente
está a manutenção de uma política monetária expansiva. Ao
que tudo indica, a economia
americana precisa de taxas de
juros baixas por mais tempo.
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