São Paulo, segunda-feira, 03 de maio de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

VÔO DA ÁGUIA

Um terço dos analistas só espera alta em 2005

Fed deve manter os juros em 1%, aponta enquete com economistas

DA REPORTAGEM LOCAL

O Fed (banco central dos EUA) deve manter inalterado o patamar da taxa de juros amanhã na reunião do Fomc (Federal Open Market Committee), comitê de política monetária da instituição.
Essa é a conclusão da sondagem da agência de notícias Reuters com economistas das principais instituições financeiras dos EUA. Dos 21 consultados, ninguém acredita em mudança amanhã.
Os analistas afirmam que Alan Greenspan, presidente do Fed, continuará a ser cauteloso apesar da recente divulgação de indicadores que mostram a aceleração da economia americana.
O governo divulgou na semana passada que o país cresceu a uma taxa anualizada de 4,2% no primeiro trimestre deste ano.
Para um terço dos 21 economistas ouvidos pela agência, Greenspan só deve alterar a taxa de juros em 2005. "Quando eles [membros do Fomc] começarem a aumentar a taxa de juros, o farão de um modo cauteloso e vão nos dar vários alertas antes da decisão", disse Sung Won-sohn, economista-chefe da corretora Wells Fargo.
Amanhã, os analistas estarão atentos para a divulgação da nota do comitê. "Acredito que isso [o parecer do Fed] vai começar a nos preparar para o inevitável", afirma Greg Valliere, do Schwab Soundview Capital Markets, em Washington.
Atualmente a taxa está em 1% ao ano. O nível é o mais baixo registrado nos últimos 46 anos. Há mais de dois anos o indicador não ultrapassa 2%.
As taxas projetadas nos mercados futuros indicam que o banco central americano deverá aumentar os juros em agosto. Alguns analistas dizem que o aumento deve ser anunciado ainda em junho. "É mais provável que vejamos um pequeno aperto [da política monetária] no verão [inverno no Brasil]", disse o economista Martin Neil Baily.
Mas, no mercado, há quem considere a cautela de Greenspan uma atitude arriscada diante dos sinais de pressão inflacionária. O índice do deflator, que serve para atualizar os valores utilizados no cálculo do PIB, apresentou uma taxa anualizada de 2,5% nos primeiros três meses deste ano.
"O elefante está na sala. É muito difícil ignorá-lo", declarou Steve Axilrod, ex-integrante do Fed.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Diplomacia: Brasil pode mediar conflito entre vizinhos
Próximo Texto: Panorâmica - Equador: País adia pagamento de dívida com o FMI
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.