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SINAIS DE ALÍVIO
Comércio de SP vende mais à vista e ritmo da inadimplência cai; indicadores sugerem expansão mais equilibrada
Retomada do consumo se mantém em maio
Roosevelt Cassio - 10.mar.04/Folha Imagem
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Funcionária trabalha na linha de uma fábrica de plásticos; analistas prevêem a continuidade da retomada
MAELI PRADO
MARCELO BILLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A economia brasileira dá sinais
de que manterá o crescimento registrado no primeiro trimestre do
ano. Indicadores do mês de maio
mostram continuidade do ritmo
de expansão e sugerem que ela será mais equilibrada, com a reação
do mercado interno.
O comércio paulistano deu os
primeiros sinais de que as vendas
de setores que dependem da renda dos trabalhadores começaram
a crescer. Em maio, as vendas à
vista cresceram 13% em relação a
abril, informou a ACSP (Associação Comercial de São Paulo). A alta em relação a 2003 foi de 2,5%.
Foi a primeira reação significativa das vendas à vista. Até abril, setores que dependem diretamente
do poder de compra dos trabalhadores, como alimentos e vestuário, registravam resultados negativos. São justamente esses setores, informa a ACSP, que impulsionam as vendas à vista.
Parte da alta é explicada pelo inverno mais rigoroso. "Mas o resultado também mostra que há
um início de recuperação do mercado interno, que pode estar ligado a uma pequena recuperação
da renda", diz Marcel Solimeo,
economista da ACSP.
As vendas de carros, depois do
tropeço de abril, também voltaram a crescer em maio. Estimativas apontam para um crescimento de 6,7% em relação a abril e de
15,2% em relação a maio do ano
passado. As importações de carros, segundo dados da balança comercial, também cresceram. A alta em maio foi de 44% sobre abril.
"Tanto a produção como as importações de carros são um bom
indicador. No caso da produção,
porque ela tem fortes encadeamentos no mercado interno. No
caso da importação, porque mostra certo aquecimento na demanda", diz Carlos Urso, economista
da LCA Consultores.
A arrecadação em São Paulo, informa a Secretaria de Estado da
Fazenda, cresceu 4,7% até maio,
já descontados os efeitos da inflação. Como a variação do principal
tributo, o ICMS (Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços), está diretamente ligada ao
nível de atividade, a melhora pode
ser um indicador da continuidade
do processo de recuperação.
Carlos Kawall, economista do
Citibank, destaca o fato de que há
melhora nos indicadores de procura, como as vendas do varejo e
da indústria e a confiança dos
consumidores. Dados de produção, lembra o economista, podem
ser camuflados por acumulação
ou desova de estoques.
Ele estima que a economia cresça 0,4% no segundo trimestre, ou
seja, uma taxa anualizada equivalente a 1,6%. Em relação ao mesmo trimestre do ano passado,
projeta Kawall, o crescimento seria de 4%. "Os dados divulgados
até agora apontam para uma demanda melhor e para um crescimento mais equilibrado", diz o
economista do Citibank.
A queda da inadimplência, tanto de pessoas físicas como das
empresas, é outro sinal positivo.
Nos primeiros quatro meses de
2004, informou ontem a Serasa
(Centralização de Serviços Bancários), o calote de pessoas jurídicas
teve queda de 11,8% em relação ao
mesmo período de 2003. "Isso foi
possível graças ao aumento de
crédito ao setor privado, conseqüência da redução nos juros",
afirma o economista da entidade,
Marcos Augusto de Abreu.
O número de pessoas que limparam o nome cresceu 11,5% em
maio, enquanto a entrada de novos registros de inadimplentes
caiu 0,5%. Ou seja, mais pessoas
limparam o nome e um número
menor entrou para o cadastro de
inadimplentes.
Colaborou Fabiana Futema,
da Folha Online
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