São Paulo, quinta-feira, 03 de junho de 2004

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MERCADO FINANCEIRO

Dólar fechou com baixa de 0,41%, vendido a R$ 3,132; juros futuros e risco-país também recuam

Queda do petróleo tranqüiliza o mercado

DA REPORTAGEM LOCAL

A queda no preço do barril do petróleo registrada ontem trouxe maior tranqüilidade ao mercado financeiro doméstico e internacional. O dólar cedeu pelo segundo dia consecutivo e fechou a R$ 3,132 -baixa de 0,41%.
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) encerrou o pregão com alta de 0,87%. O risco-país brasileiro registrou recuo de 2,95%, para 691 pontos.
A escalada do petróleo, que atingiu novo preço recorde na terça-feira, tem trazido preocupação. Internamente, a alta do produto pode acabar repassada para os combustíveis e, conseqüentemente, pressionar a inflação.
O petróleo caiu com a expectativa de maior produção por parte dos membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).
O clima mais ameno permitiu que as projeções dos juros futuros cedessem nos contratos na BM&F. A taxa do DI, contrato que acompanha a oscilação dos juros, mais negociado (prazo em janeiro) recuou de 17,77% para 17,46% ao ano. Apesar da baixa, a taxa segue bem acima da atual Selic (taxa básica de juros), que está em 16% anuais.
Com o cenário menos turbulento, voltou-se a falar no mercado sobre a possibilidade de o governo pôr em andamento uma operação de captação de recursos no exterior.

Excesso de recursos
O Banco Central retirou ontem do sistema financeiro R$ 29 bilhões para enxugar um pouco a liquidez (sobra de recursos), que, segundo analistas, anda elevada.
"É muito grande a liquidez neste momento, e é normal que o Banco Central atue para reduzi-la", afirma Rodrigo Boulos, economista do banco Santos.
O aumento da liquidez veio, em boa parte, de recompras de títulos públicos (principalmente papéis cambiais) que o governo tem realizado.
O dinheiro é retirado do mercado por meio da colocação de papéis. Do montante total, R$ 3,85 bilhões serão recomprados pelo governo em 1º de setembro e pouco mais de R$ 25 bilhões daqui a duas semanas.
Analistas avaliam que não é positivo as instituições financeiras ficarem com muitos recursos sem ter para quem emprestar. Parte desses recursos poderia ser direcionado ao dólar, o que pressionaria o câmbio. (FABRICIO VIEIRA)


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