São Paulo, sábado, 03 de junho de 2006

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MERCADO ABERTO

Decisão da Bolívia é lição para o Brasil, diz analista

A "festa" da esquerda, que recebe com entusiasmo o novo experimento da Bolívia -a decisão de expropriação do capital de empresas estrangeiras no país-, revela uma "visão típica de quem desconhece o fato de que o mercado, como instituição de alocação de recursos, tem sido um dos motores do crescimento econômico". A análise é do economista Fernando de Holanda Barbosa, professor da FGV-Rio, para quem a Bolívia seguiu o caminho da inconsistência.
Para o economista, o governo brasileiro e os dos demais países da América Latina podem beneficiar-se desses experimentos da "esquerda incompetente" -como ele define tal comportamento político- para não incorrerem nos erros que já se conhecem. Ele lembra que, "durante boa parte de sua história, a América Latina oscilou entre a esquerda incompetente e a direita predatória".
Ele afirma ainda que o desenrolar dos acontecimentos está claro. "A lógica dos fatos indica o caminho a ser seguido pela Petrobras. No curto prazo, precisamos do gás da Bolívia e continuaremos a comprá-lo. No longo prazo, substitui-se o gás da Bolívia por alternativas, procurando-se fontes mais confiáveis", diz o economista.
Para Barbosa, o resultado desse tipo de política irá prejudicar o povo boliviano, que não terá o capital necessário para criar empregos que aumentem o salário real e melhorem as condições do trabalhador.
"O oportunismo no curto prazo certamente compensa, porque o país fez de bobo o investidor externo. Todavia ninguém gosta de ser feito de bobo. No longo prazo, as empresas preferem não investir em países "espertos", e sim naqueles que têm tradição de honrarem seus contratos", afirma o economista da FGV-Rio.

100% BICOMBUSTÍVEL
Em tempos de alta dos preços ora da gasolina, ora do álcool, a tendência de migração para os bicombustíveis parece mesmo irreversível. A partir de segunda-feira, a Volkswagen do Brasil se tornará a primeira montadora nacional a ter toda a produção de veículos para o mercado doméstico com esse sistema de combustível. Ao todo, serão dez modelos disponíveis para venda com essa tecnologia. Desde o lançamento do primeiro Gol Total Flex, em março de 2003 -a VW foi a pioneira nesse sistema-, a indústria brasileira já comercializou mais de 1,6 milhão de unidades bicombustíveis, e a montadora foi responsável por 35% destas vendas. Mês a mês tem crescido a preferência do consumidor pelos carros "flex", e, atualmente, quase 80% das vendas são de modelos bicombustíveis. O Gol, aliás, é carro "flex" mais vendido no mercado nacional, com mais de 260 mil unidades. "O bicombustível é, sem dúvida, uma das melhores contribuições da indústria automobilística nacional", afirma o vice-presidente de operações da Volkswagen do Brasil, Joerg Mueller.

LEITURA
O Relatório da CIA - Como Será o Mundo em 2020
Editora: Ediouro
Quanto: R$ 34,90

As mudanças globais nos próximos anos podem aprofundar as divisões já existentes na América Latina, e aumentará o risco de surgimento de líderes populistas carismáticos. Antever tendências e o mundo em 2020 é o propósito do livro que tem como base relatório não-sigiloso do Conselho Nacional de Inteligência dos EUA, a partir de consultas com especialistas de agências não-governamentais de todo o mundo.

PULO DO GATO
Um dos maiores e mais antigos importadores de alimentos do país, o grupo La Pastina abre em julho um novo centro de distribuição e operação, no Ipiranga, em São Paulo. O centro, com 16 mil m2 de terreno e 14 mil m2 de área construída, irá reunir de prédio administrativo a câmaras frigoríficas e substituirá diversos galpões que o grupo possui no Brás. Outra novidade é a mais recente aposta do "braço" da La Pastina para a importação de vinhos -a World Wine-, que investiu US$ 500 mil para trazer ao país a chilena Viña San Pedro, após meses de negociação. A vinícola é detentora do vinho chileno mais vendido no mundo, o Gato Negro, com 2,2 milhões de caixas consumidas em 15 países. Em um mês, já entrou na lista dos cinco vinhos mais vendidos pela World Wine, diz Celso La Pastina, filho do fundador do grupo e hoje no comando da importadora.

CONSIGNADO
A carteira de crédito consignado do Banco do Brasil bateu recorde em maio, quando 251 mil novas operações resultaram em um saldo de R$ 852 milhões contratados. O número elevou o saldo de contratos ativos de crédito consignado da instituição para R$ 5,8 bilhões.

PROMOVIDO
Sérgio Amado, que comanda o grupo Ogilvy Brasil há quase dez anos, foi promovido a "chairman" do recém-criado "board" da agência no país. Shelly Lazarus, CEO e "chairman" da Ogilvy & Mather Worldwide, vem ao país no próximo dia 24 para celebrar a posse.

NOVA CAMPANHA
A Brasil Telecom estréia amanhã sua nova campanha publicitária, a primeira sob a nova gestão. O trabalho é assinado pela Leo Burnett e tem como objetivo passar a imagem de ética e transparência. Sob o slogan "BrasilTelecom. Aqui é o Lugar", a campanha, que é composta por três filmes para TV aberta nas dez capitais onde a empresa atual, anúncios na mídia impressa e promoções em rádio e TV fechada, aposta na convergência.

FRANQUIA NO FOCO
O ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) abre, na próxima quinta-feira, o Fórum Setorial de Franquias na Expo Franchising 2006, em São Paulo, onde analisará o desempenho da cadeia desse segmento. De 2001 a 2005, surgiram mais 10 mil franquias no país. Atualmente, o setor soma cerca de 60 mil unidades, expandidas em 971 redes. Em 2005, registrou 13% de aumento no faturamento e contabilizou R$ 35 bilhões.

OLHAR ESTRANGEIRO
Vice-presidente da Alliance Bernstein, gigante mundial em gestão de investimentos, Marc Mayer visita o Brasil na próxima semana, em turnê que inclui outros quatro países da América Latina. Em São Paulo, ele se reunirá com cerca de cem executivos em almoço na segunda-feira e deve discutir e apresentar estratégias para investimentos globais.

PESQUISA
A EMS-Sigma Pharma investirá R$ 180 milhões nos próximos três anos em seu novo centro de pesquisa e desenvolvimento. A unidade, que já demandou investimento de R$ 25 milhões, conta com mais de 200 profissionais, com o objetivo de ter, em média, cinco novos produtos ao mês. Estima-se que o trabalho tenha gerado alta de 35% nos negócios.


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