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Sem greve, balança tem em maio melhor saldo do ano
Exportações e importações batem recorde, e superávit no mês vai a US$ 4,08 bi
Resultado também é
influenciado pela melhora na
receita com commodities;
no ano, saldo é de US$ 8,66 bi,
queda de 47% sobre 2007
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar do ritmo menor na
expansão das exportações de
produtos industrializados, os
altos preços dos produtos básicos no mercado internacional
impulsionaram o superávit comercial no mês passado, que
atingiu US$ 4,08 bilhões, o
maior do ano. Até maio, as vendas de básicos cresceram
35,4%, contra 22,3% das de semimanufaturados e só 13,2%
das de manufaturados.
Nos primeiros cinco meses
deste ano, o Brasil exportou
US$ 72,05 bilhões e importou
US$ 63,4 bilhões, o que resultou num superávit de US$ 8,66
bilhões -queda de 47,3% em
comparação com o mesmo período de 2007.
Isoladamente, maio apresentou recordes históricos, tanto
nas exportações (US$ 19,31 bilhões) quanto nas importações
(US$ 15,23 bilhões).
Tais valores, porém, foram
muito influenciados pelo fim
da greve da Receita Federal, no
dia 12, e pelos registros tardios
de vendas feitas pela Petrobras
após a reativação da unidade de
Paulínia (SP). As vendas de petróleo bruto cresceram 274,4%
(US$ 1,9 bilhão) em maio.
Os valores de exportação das
commodities agrícolas também apresentaram crescimento no mês passado com o início
dos embarques da safra atual. A
greve da Receita não influenciou tanto o comportamento
das commodities. As exportações de soja subiram 147,8%
(US$ 1,9 bilhão), e as de farelo
de soja, 130,1% (US$ 613 milhões) somente no mês passado, por exemplo.
Segundo o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, as exportações seguem bom
ritmo e demonstram a diversidade da pauta brasileira. "A balança é resultado de um conjunto de produtos. O importante para o Brasil é ter uma pauta
diversificada", disse.
As importações, que subiram
71% em maio e detêm crescimento de 49,2% no ano, refletiriam investimentos de empresas brasileiras, segundo Barral.
O secretário leva em conta a
elevação de 47,6% nas compras
de bens de capital e de 44,9%
nas de matérias-primas para
chegar a essa conclusão.
Por outro lado, a importação
de bens de consumo fechou os
cinco primeiros meses em US$
7,98 bilhões, com crescimento
de 40,5% em comparação com
janeiro a maio de 2007.
"Só crescem as commodities
porque vem aumentando o preço. Enquanto houver preços
em alta, tudo bem. Mas, depois,
se houver queda no preço, vai
ser um desastre", avaliou o presidente da Abracex (Associação
Brasileira de Comércio Exterior), Roberto Segatto.
Preço de alimentos
A crise mundial de preços de
alimentos, provocada pelo
maior consumo em emergentes e por desastres naturais em
alguns produtores tradicionais,
também auxiliou a balança.
A soja embarcou com preço
56% superior ao dos primeiros
cinco meses do ano passado. O
minério de ferro teve preço
40% maior, o farelo de soja,
57%, a celulose, 23%, e semimanufaturados de ferro e aço,
como as ligas, por exemplo,
20%. Somente o petróleo saiu
por um preço 82% maior.
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